Aigaming defende que é leviano o debate de ‘combate’ as bets

As últimas duas semanas foram agitadas por conta do relatório do Itaú Unibanco, que sinalizou “estrondosas” perdas na economia e do apostador brasileiro da ordem de R$ 24 bilhões para o setor de apostas.
Além de não considerar premissas básicas como: as apostas são um entretenimento e seus valores não podem ser consideradas “perdas” como no caso dos investimentos e sim um gasto opcional do consumidor. Outro erro é que nos cálculos do estudo, valores de créditos e prêmios em conta de apostadores não foram considerados: da mesma forma que você não saca dividendos automaticamente de um investimento, você não precisa fazer um cashout de uma aposta ganha, logo o número seria consideravelmente diferente entre as bases de valores apostados e valores sacados.
Ainda assim, haveria um apontamento de cerca de 0,5% do PIB sendo movimentado no setor. Boa parte da imprensa e da opinião pública manifestaram opiniões negativas.
Consideramos justo o debate em um ambiente democrático e plural, onde o debate e as opiniões diversas são essenciais, mas longe de estabelecer que o Brasil vive uma pandemia de jogos.
Utilizando estimativas ainda mais agressivas de estudos da XP Inc., a movimentação deste mercado atingiria cerca de 1% do PIB (R$ 120bi). O Brasil não é um planeta desconectado do mundo; fazendo uma simples comparação com locais de regulação avançada, notamos que ainda não estaríamos em um patamar de gasto/PIB nem da metade da proporção desses mercados (ver gráfico abaixo).
É importante ressaltar que, diferente do que a imprensa desinforma ou a opinião pública imagina, diversos fatores constroem este número:
1) este é um mercado competitivo, logo há muito investimento e fomento à economia local na geração de empregos e arrecadação de impostos; e
2) Apesar de expressiva participação no PIB, mais de 85% desses valores brutos voltam imediatamente para o apostador – naturalmente, não na mesma proporção apostada, mas essa é a dinâmica de mercado e isso é o que estimula o apostador à apostar.
A necessidade de combater a ludopatia e os jogos entre vulneráveis (endividados, menores de idade etc.) é uma máxima dentro desta indústria que deve ser constantemente aprimorada.
Como qualquer outra indústria, ela gera efeitos colaterais:
⇒ Temos 70% da população endividada – os bancos e agentes de crédito não podem ser inteiramente responsabilizados.
⇒ A maior causa de morte no Brasil são acidentes de trânsito – as montadoras não são, de fato, as responsáveis.
⇒ Temos cerca de 20 milhões de alcoólatras no país – culparíamos apenas os fabricantes de bebida?
Há um desafio constante das indústrias, reguladores, autorregularão, educação, bom senso e sociedade.
É leviano o debate de “combate” as bets. Este mercado deve continuar sendo aprimorado e regulado como já vem acontecendo ao longo do último ano.
Estamos confiantes que 2025 será um marco positivo para esta indústria.
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Comentário do BNLData
Devido ao crescimento acelerado e desregulado, setor enfrenta campanhas criticando o avanço das apostas no cotidiano dos brasileiros. A maioria das críticas negativas são provocadas pela ausência de regulação e poderão ser mitigadas com a entrada em vigor das normativas em 1º de janeiro de 2025.
Escolheram as apostas esportivas e, até mesmo o Jogo do Tigrinho, como os culpados de todos os problemas enfrentados pelo consumo, investimentos e agora por último os cursos de longa distância. Estamos presenciando os últimos quatro meses deste ambiente desregulado por culpa da omissão do governo Bolsonaro, que optou pelos conselhos dos pastores-deputados para não regulamentar a modalidade.
A consequência está aí…a partir de janeiro de 2025, este setor passará por grandes transformações e o problema agora é como vamos chegar em 2025!