Apostas da Mega-Sena financiam atletas olímpicos? Diretor do COB explica
Você sabia que toda vez que faz uma “fézinha” na Mega-Sena, Quina ou qualquer outra loteria da Caixa Econômica Federal, você está ajudando um atleta brasileiro a ficar mais perto de uma medalha nos Jogos Olímpicos? É o que prevê a Lei Agnelo Piva: 1,7% de tudo que é apostado vai para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o chamado “Movimento Olímpico”. Mas como essa quantia, que neste ano foi de R$ 225 milhões, segundo dados do comitê, chega aos atletas?
Para contar como funciona esse financiamento, o programa Negócios do Esporte do InfoMoney recebeu Gustavo Herbetta, o chief marketing officer do COB. Herbetta tem 25 anos de experiência no marketing e publicidade e, nos últimos 10 anos, se dedicou exclusivamente ao esporte.
Desde maio de 2022, Herbetta está no Comitê Olímpico Brasileiro. E um de seus desafios é fazer o Comitê depender menos do dinheiro vindo das loterias.
“O COB é uma empresa, mas é uma entidade que recebe recursos públicos. É um recurso valioso, um valor considerável. Mas a gente tem essa estratégia para a balança ficar equilibrada entre recurso público e recurso privado. Hoje, a gente está falando em algo em torno de 80%-20%”, diz o CMO do COB
Atualmente, o COB tem 21 patrocinadores, que aumentaram a receita do Comitê em 250%, segundo Herbetta. “Por mais que o futebol tenha uma predominância no que diz respeito a audiência, hoje a gente conseguiu tangibilizar um programa que as marcas entendem os valores, pontos negativos e positivos. E eles perceberam um crescimento nos resultados. O produto tem uma aceitação gigantesca no mercado”, afirma.
Distribuição
Mas como esse dinheiro chega aos atletas brasileiros? Desde uma Rebeca Andrade, ginasta que faz parte da elite do esporte mundial, até jovens que ainda estão nas categorias de base, o COB usa o mesmo mecanismo de distribuição de recursos.
“Existem programas de apoio direto aos atletas, os famosos “bolsa”. Mas o COB tem os atletas que ele não só direciona recursos, mas também faz um trabalho de acompanhamento. Um exemplo claro é o trabalho que a Confederação Brasileira de Ginástica vem fazendo nos últimos ciclos – o centro de treinamento dela é junto do centro de treinamento do COB”, diz Herbetta.
Também existe um mecanismo que leva em conta a governança das 29 confederações brasileiras de modalidades olímpicas: “Dentro dessa receita do comitê, 80% é repassado através desses critérios, não só de performance esportiva, mas de gestão ética e transparência que as entidades precisam cobrir para que o COB repasse o percurso”, afirma o CMO do COB.
Assista à entrevista completa com o CMO do COB.