Bem-visto internamente, novo presidente da Caixa deve mostrar maior habilidade política
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antonio Vieira Fernandes, deve conseguir fazer uma transição rápida no banco, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast sob anonimato. Acredita-se que ele terá maior facilidade em acomodar as demandas do mundo político, um fator que pesou contra a ex-presidente, Rita Serrano, demitida hoje, 25, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registra o Estadão.
“Ele é bom, desenrolado, deve fazer uma transição rápida”, disse uma fonte. “Deve ser melhor do que o que estamos vivendo agora.” Fernandes foi funcionário da Caixa e chegou a ser superintendente do banco na região Nordeste. Entretanto, não estava mais na ativa. Ele foi indicado a Lula pelo Centrão.
A substituição de Serrano por Fernandes levou alguns meses para acontecer. A executiva provocou descontentamento no Planalto e no Congresso por não atender às demandas do mundo político, inclusive de parlamentares aliados. Alguns nomes, como o do ex-presidente da Caixa Gilberto Occhi e o da diretora financeira do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Margarete Coelho, chegaram a ser cotados para o posto.
Patrocínio de exposição que mostrava Lira no lixo foi cancelado
Nas últimas semanas, o assunto tinha esfriado, mas voltou à tona ontem, após a Caixa ter de cancelar o patrocínio a uma exposição que mostrava uma foto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), dentro de uma lata de lixo. “Aquilo acelerou o processo [de demissão], era uma coisa para janeiro”, afirmou uma fonte.
Diante disso, causou surpresa a demissão de Serrano nesta quarta-feira. E apesar de a executiva ter sido fortemente questionada por manter em posições de comando executivos que estavam na cúpula da Caixa durante o governo de Jair Bolsonaro, sua saída foi sentida. “As pessoas estão tristes”, disse um interlocutor, que destacou que Serrano, funcionária da Caixa, vinha valorizando o corpo técnico do banco em indicações importantes.
Internamente, agora, o compasso é de espera. “Agora é aguardar os desdobramentos”, diz um interlocutor, que acrescenta que até o momento, não há informações sobre quais postos sofrerão trocas. Especula-se que todas as vice-presidências da Caixa serão trocadas, mas há uma disputa em torno da cadeira de Habitação, ocupada atualmente por Inês Magalhães, e que toca o maior negócio do banco.