CBF informa à CPI como escala árbitros; senadores divergem sobre sorteio

Blog do Editor I 18.06.24

Por: Magno José

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Para CBF, denúncia sobre manipulação no futebol é 'ação irresponsável'
O chefe de arbitragem da CBF, Wilson Seneme (segundo da dir. para a esq.) depõe à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Advogados que representam a CBF entregaram à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado um documento no qual a entidade detalha os critérios para escolher os árbitros que apitam cada partida do Brasileirão.

De acordo com o termo de uma reunião recente da comissão de arbitragem da CBF, a escala considera “as fases da competição, a importância e grau de complexidade de cada partida e a qualificação, o condicionamento físico e o desempenho técnico dos árbitros”.

Há, ainda, uma vedação a escalar árbitros para partidas de clubes da mesma federação a que pertencem contra equipes de outros estados. Também é proibido designar árbitros para apitar jogos de uma mesma equipe em duas rodadas seguidas.

O que diz a CBF sobre sorteio
Senadores da CPI como Carlos Portinho (PL-RJ) e Chico Rodrigues (PSB-RR) defendem a adoção de um sorteio que respeite os critérios técnicos apresentados pela CBF, mas torne a decisão final impessoal. O presidente da comissão de inquérito, Jorge Kajuru (PSB-GO), é contra.

“Sorteio só dá certo se for feito uma hora antes do jogo, sem anunciar antes o nome de quais árbitros vão participar. De que adianta sorteio se você vai anunciar na sexta-feira (antes da rodada) os nomes dos árbitros que participarão do sorteio? Isso aí dá chance aos clubes de futebol de tentarem comprar e corromper árbitros”, declarou Kajuru.

No mesmo documento, a CBF mostra que o árbitro de campo Raphael Claus e a árbitra de vídeo Daiane Muniz foram escalados juntos em 11 rodadas da Série A de 2023. A dupla Braulio Machado e Rodrigo Dalonso se repetiu em sete rodadas no campo e no VAR; Anderson Daronco e Wagner Reway, em seis; e Flavio Souza e Rodrigo Guarizo, também em seis.

Quando depôs à CPI, o chefe de arbitragem da CBF, Wilson Seneme, disse que as audiências públicas para anunciar os árbitros de cada partida são uma ação “de transparência”. A transmissão da reunião disponibilizada publicamente traz apenas o anúncio dos árbitros dos jogos, sem explicar, individualmente, por que cada um deles foi selecionado e nem quais outros nomes poderiam ter sido escalados, mas ficaram de fora.

“Acho que o sorteio dificulta todo esse trabalho que eu falei. É como pedir para um treinador sortear a equipe que ele quer que jogue”, afirmou Seneme à CPI. “Pode ser uma possibilidade dentro de uma lei, mas eu não vejo a necessidade de ela ser uma obrigatoriedade hoje em dia.”

 

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