‘Chocados’, ‘preocupados’, ‘mal-entendido’: o que dizem moradores de Paquetá sobre denúncia que envolve a ilha e jogador da seleção

Blog do Editor I 06.06.24

Por: Elaine Silva

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Paquetá pode ser banido do futebol caso envolvimento com apostas seja comprovado
Em suas redes sociais, Lucas Paquetá negou as acusações de manipulação

O jogador da seleção brasileira Lucas Paquetá carrega no nome a responsabilidade de representar a ilha onde nasceu por todo o mundo. E andando por Paquetá não é difícil encontrar muitos moradores que estão ao lado do filho mais ilustre do bairro carioca, diante das denúncias de possível envolvimento em esquemas de apostas no futebol.

“Todo mundo ficou espantado. Ninguém em Paquetá acredita que ele possa ter algum envolvimento. Deve ser algum mal-entendido, pode tá relacionado a outra coisa, mas não tem nem lógica. O cara bem de grana, Seleção Brasileira, já ia pro Manchester City, todo mundo aqui acompanha a carreira dele. Então eu duvido muito”, comentou o garçom Marcos Silva de Ávila, conhecido na ilha como Galeão.

A equipe do g1 visitou a Ilha de Paquetá nesta quarta-feira (5) e ouviu moradores e trabalhadores no local para entender como a população da ilha reagiu diante das graves acusações contra Lucas.

De acordo com reportagem do jornal “The Sun”, moradores da ilha apostaram que o jogador do West Ham e da seleção brasileira Lucas Paquetá levaria cartões amarelos em partidas da liga inglesa.

Segundo a investigação, o jogador recebeu os cartões de forma suspeita, levando ao lucro os apostadores. Se comprovada a fraude e o envolvimento do atleta, ele pode ser severamente punido pela federação inglesa.

Morador de Paquetá há 36 anos, Marcos contou que conheceu Lucas quando ele era criança. O garçom lembrou que eles jogavam bola no mesmo campo e que desde pequeno Paquetá sempre foi muito correto e dedicado.

“Eu tive uma relação de amizade com ele nessa época de pequeno. Eu lembro quando ele começou a treinar, descia com os avós pra pegar a primeira barca pro Rio. Ele sempre foi muito disciplinado, nunca foi de bebida, de noitada, sempre bem regrado desde novinho”, recordou Galeão.

De acordo com apuração do ge, a acusação diz que apostas foram feitas por familiares, pessoas próximas e amigos de pessoas que têm relação estreita com o jogador.

Para Marcos, ninguém na ilha soube de algum esquema pra obter vantagens com apostas em cartões tomados pelo atleta.

“As pessoas comentam sobre isso [dele querer ajudar alguém de Paquetá], mas ninguém falou que apostou ou que soube de dica. Assim: ‘Aposta nesse jogo que ele vai tomar cartão’. Isso eu nunca ouvi”, relatou.

Galeão afirmou que também gosta de apostar em partidas de futebol e que, assim como ele, muitas pessoas na ilha também gostam. Mas ele descarta algum esquema.

“Eu mesmo jogo direto, gosto de apostar e nunca ouvi nada. Se fosse algum combinado, alguém poderia chegar pra mim e falar: ‘Pô, Marcão faz isso assim, entra nessa que o Lucas [vai fazer] isso e aquilo’. Não. Nunca teve nenhum comentário assim”, afirmou o garçom do Zeca’s Restaurante.

Leonardo Couto, outro morador antigo da ilha, também dúvida que o jogador esteja envolvido em algum esquema. Segundo ele, todos em Paquetá estão chocados com as acusações.

“Tá todo mundo meio chocado e preocupado também. Eu não conheci, nunca cruzei com ele. Cruzei com alguns parentes só, mas não tenho nenhuma ligação assim com ele, nunca tive. Mas a memória de todo mundo que conviveu com ele é sempre muito positiva. Ninguém consegue acreditar que tenha partido alguma coisa dele, e eu também não. De verdade, parece que algum mal-entendido se deu aí. A gente não sabe os detalhes, né, do que aconteceu lá, mas ninguém aqui com quem a gente fala sobre esse assunto acredita que ele pode ter alguma culpa, alguma responsabilidade nessa história”, comentou Leonardo.

“A imagem, a memória do pessoal aqui a respeito do Lucas é uma memória muito positiva, todo mundo que conviveu com ele, que viveu com a família, que convive com a família só tem coisa boa pra falar dele, da conduta dele, da seriedade dele desde muito criança”, completou Leonardo.

Um morador da ilha que não quis se identificar diz que circula a hipótese de que amigos dele possam ter usado o nome do atleta para contar vantagens ou se promover, mas sem o conhecimento ou aprovação do meio-campista para eventuais apostas.

“Às vezes, algum amigo dele mais chegado começa a apostar, acha que pode ter uma vantagem porque ouviu dele que todo jogo ele tá tomando cartão. Ai conta pra um, que conta pro outro, pro outro. Aí quando viu tem um monte de gente apostando nisso”, especulou o morador de Paquetá.

“Tem muita coisa que não tem como provar. Será que todas essas apostas na ilha são de amigos dele? Duvido. Eu acredito que uma investigação séria não vai provar o envolvimento dele”, comentou outro morador.

Todos os entrevistados pela reportagem afirmam que o principal argumento a favor do Lucas Paquetá é que ele não precisaria do dinheiro das apostas para aumentar seu patrimônio, já que é um jogador consagrado mundialmente e com grandes contratos. Contudo, um dos moradores da ilha ponderou: “Pra ele esse dinheiro não é nada, mas pra quem tá apostando é muito”.

O amigo de Lucas, o garçom Marcos, opina que se houve algum envolvimento de pessoas próximas do jogador com as apostas, ele não teve participação. “Acho que se tiver alguma coisa, não partiu dele”, cravou.

Em suas redes sociais, Lucas Paquetá negou as acusações de manipulação. “Nego as acusações na íntegra e lutarei com toda as minhas forças para limpar meu nome”. (Com informações do g1 Rio de Janeiro)

 

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