Entrevistas com políticos e executivos sempre tem pergunta sobre bets

Apostas I 15.10.24

Por: Magno José

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Repercussão positiva sobre proposta de tributar os sites de apostas esportivas
Mesmo não sendo especialistas no tema, todos se acham no direito de dar uma opinião sobre as apostas esportivas. Alguns tem esquecimento seletivo e outro arrependimento tardio

As apostas esportivas entraram definitivamente no radar das perguntas dos jornalistas durante entrevistas com políticos e executivos do mercado financeiro e empresas. Este novo fenômeno está consolidado e as opiniões são as mais variadas.

Mesmo não sendo especialistas no tema, todos se acham no direito de dar uma opinião sobre as apostas esportivas. Alguns tem esquecimento seletivo e outro arrependimento tardio.

Entrevistas com políticos e executivos sempre tem pergunta sobre bets 1
Milton Maluhy Filho (Foto: Divulgação – Itaú)

Em entrevista ao O Globo neste domingo (13) o CEO do Banco Itaú, Milton Maluhy Filho foi perguntado sobre como ela via a regulação das bets.

“O tema ganhou a relevância que precisava. A quantidade de empresas é gigantesca, e o governo anunciou regras para ser mais efetivo na gestão e fiscalização. Tudo que cresce de forma desorganizada merece fiscalização. Pessoas que recebem o Bolsa Família veem nas bets uma alternativa de rendimento adicional, mas a aposta traz um risco grande”, comentou Milton Maluhy Filho.

Entrevistas com políticos e executivos sempre tem pergunta sobre bets
Senadora Tereza Cristina  (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Também neste domingo, em entrevista ao Estadão, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) criticou ações do governo em reação a queimadas, revelou decepção com Jair Bolsonaro e apontou necessidade de controle mais rigoroso sobre apostas no Brasil.

O que a senhora achou da criação da CPI das Bets?

Ela vai ser implantada daqui a duas semanas e aí vão começar os trabalhos. Porque todo mundo ficou apavorado, realmente, com a proporção que esses bets (casas de aposta online) tomaram e também porque o governo não fez o seu papel.

O Congresso passou por quê? Porque ele queria que tivesse uma regulamentação. E aí, quando não se regulamentou, a lei passou e foi esse excesso aí, inclusive de empresas que não estavam regularizadas junto ao Banco Central, eram clandestinas. E essas empresas ganharam muito dinheiro. Eu acho que precisa ser investigado, precisa ir a fundo nisso e precisa ser regulamentado no Brasil para que isso tenha um limite, um freio.

Então faltou a mão do governo?

A hora que você regulamenta, teoricamente deveria você ter regras e pôr limites. Eu acho que isso vai ter que ser muito bem discutido e o governo tem que conscientizar as famílias, tem também que proteger a saúde mental das pessoas, ou nós vamos ficar com pessoas como verdadeiros zumbis que a gente vê em outros lugares do mundo.

O curioso é que os problemas registrados atualmente pelo crescimento desordenado do mercado de apostas foram originados pela ausência de regulação durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, que a senadora Tereza Cristina era ministra e fazia parte da base governista.

Felipe Neto é massacrado após dizer que jogos de azar são 'renda extra'
Influencer Felipe Neto (Foto: Redes Sociais)

Outro que também está com esquecimento seletivo e arrependimento tardio é o influencer Felipe Neto, que registrou que “o maior erro disparado da minha vida” em divulgar jogos de azar, como registrado pelo O Globo.

Durante a sua participação na nona mesa da Flip 2024, “Como enfrentar o ódio”, em Paraty (RJ), ele afirmou que, depois de enriquecer na Internet, passou a ter mais consciência de que precisava colocar a ética antes do lucro. Na época, entretanto, diz ter seguido a onda de outras celebridades digitais que também faziam a ação por meio da web.

“Uma dessas coisas seria: não divulgar jogos de azar. Mas eu divulguei. Por quê? Porque mesmo com consciência de classe, ou tentando (ter consciência), mesmo me educando constantemente, eu ainda assim fui burro o suficiente de falar: “Se todo mundo está fazendo, é sinal que tá tudo bem”, disse. “E considero o maior erro da minha vida. Disparado”.

 

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