Influencers que rejeitaram publicidade para Blaze revelam valores de propostas milionárias

Blog do Editor I 19.12.23

Por: Magno José

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Influencers que rejeitaram publicidade para Blaze revelam valores de propostas milionárias
Da esquerda para a direita, Orochinho, Daniel Penin e Cellbit  (Foto: Reproduções/Instagram)

Afinal, quanto os influenciadores ganham da Blaze? Pois bem, não há resposta única para essa questão. A plataforma de jogos de azar — acusada por prática de estelionato — paga valores diferentes para que personalidades da internet divulguem seu site por meio das redes sociais. As cifras variam de acordo com o número de seguidores de cada um desses nomes, e podem chegar a R$ 50 milhões, como especulam algumas figuras que ganham a vida por meio do universo digital.

Youtuber e streamer com 6,6 milhões de inscritos em seu canal, Cellbit revelou recentemente que rejeitou propostas de campanhas publicitárias — “com valores exorbitantes”, em suas palavras — para empresas como Blaze. Neste ano, ele recebeu a oferta de R$ 6 milhões para que divulgasse o site de cassino on-line por meio das redes sociais. Em contrapartida, o jovem de 26 anos precisaria apenas abrir uma live em seu canal, mostrando que estava realizando apostas.

“Foi mais dinheiro do que eu já vi na minha vida inteira. Era muito mais dinheiro do que eu precisava. Não tenho tudo isso guardado, mas tenho um bom dinheiro guardado. E eu recusei! E era só uma parada de jogar algumas horas por live. Nem pensei duas vezes. É uma parada que não condiz com o que espero para o meu público”, contou Cellbit, numa transmissão ao vivo, ao comentar o assunto.

O youtuber ponderou que entende o fato de alguns colegas acabarem aceitando participar das campanhas de publicidade. “Já recebi muitas e muitas propostas de cassino. E todas elas seguem um padrão, que é sempre oferecer muito dinheiro, dando até o dia seguinte para responder. Então, você fica assim, tipo: ‘E se eu recusar e me arrepender?’. Eles botam muita grana na mesa e te dão um tempo muito curto para responder”, explicou o streamer.

“Jogo do Aviãozinho”:

A polícia de SP investiga o Crash, conhecido como “Jogo do Aviãozinho”, um dos principais da plataforma Blaze.
Segundo reportagem do “Fantástico”, a empresa é suspeita de estelionato, após apostadores denunciarem que prêmios mais altos não eram pagos.

O Crash é ilegal no Brasil, mas a empresa não tem sede ou representantes legais aqui no Brasil, dificultando as investigações.
Uma questão abordada pela reportagem foi a participação de influenciadores digitais na divulgação do jogo, entre eles Viih Tube, Juju Ferrari e Jon Vlogs.

Em junho deste ano, o também youtuber Daniel Penin produziu um minidocumentário, disponibilizado gratuitamente por meio do YouTube, em que acusa a plataforma Blaze de pagar influencers como Neymar, Felipe Neto, Viih Tube e Diggo com as quantias perdidas por usuários da plataforma, além de não honrar com prêmios de apostas vencedoras.

Segundo Penin, os influenciadores digitais são pagos mediante valores fixos — que variam entre R$ 100 mil e R$ 50 milhões — ou oscilantes, de acordo com a quantidade de cliques no link e no cupom divulgados por cada um deles. Na publicação direcionada a “parceiros da Blaze” (aqueles que divulgam a plataforma), quem indicar “amigos” para realizar apostas no site ganha “uma comissão de 50% sobre cada assinatura paga pelos usuários”, conforme apurou o GLOBO.

“Os ganhos dependem do número de clientes pagantes que se cadastram com seu link. Com apenas cinco usuários do plano premium indicado, você pode ganhar até US$ 2.500/mês (algo em torno de R$ 12 mil)”, informa a plataforma, por meio de seu site. Não há detalhes, porém, acerca dos valores fixos pagos para celebridades com milhões de seguidores nas redes sociais.

Em junho deste ano, o também youtuber Pedro Orochi, conhecido pelo apelido Orochinho, contou que a empresa lhe ofertou R$ 900 mil para que ele compartilhasse — por meio das redes sociais e ao longo de três meses — vídeos propagandeando o site de apostas.

“Eram R$ 900 mil. Pois é. Eu até pensei: ‘Mano, eu acho errado, mas querendo ou não já ia dar para conseguir comprar meu apartamento’. Mas não vale a pena. Com certeza, se você divulga esse bagulho, muitas pessoas vão se fod*er”, afirmou Orochinho à época. “Não sou nenhum exemplo de bom samaritano. Cheguei perto de aceitar, porque era muito dinheiro. Só que falei: ‘Com que cara vou divulgar um bagulho desses?'”, ponderou ele.

Entenda escândalo da Blaze

No último domingo (17), o “Fantástico”, da TV Globo, começou sua edição com uma reportagem sobre o Crash, conjogar.”hecido como “Jogo do Aviãozinho”, um dos principais da plataforma Blaze, que vem sendo investigada pela polícia de São Paulo por suspeita de estelionato, após apostadores denunciarem que prêmios mais altos não eram pagos.

Como outros jogos de azar, o Crash é ilegal no Brasil, mas a empresa não tem sede ou representantes legais aqui no Brasil, dificultando as investigações. Neste jogo, uma tela mostra um avião iniciando o voo e o apostador decide a hora de interrompê-lo, enquanto o valor da premiação vai aumentando. Se a palavra “crashed” surgir, a aposta está perdida.

Como outros jogos de azar, o Crash é ilegal no Brasil, mas a empresa não tem sede ou representantes legais aqui no Brasil, dificultando as investigações. Neste jogo, uma tela mostra um avião iniciando o voo e o apostador decide a hora de interrompê-lo, enquanto o valor da premiação vai aumentando. Se a palavra “crashed” surgir, a aposta está perdida.

Durante a tarde, o influenciador Carlinhos Maia também postou um vídeo falando sobre seu trabalho de influencer para a plataforma de apostas online. “Pra você que tá em casa: se você não tem cabeça, não jogue! Se você não consegue se controlar na cachaça, não beba! O mundo, as pessoas, sempre vão estar influenciando você pra alguma coisa. Se eu disser: ‘pule do penhasco’, você vai pular porque eu tô dizendo a você? Não! Vai dizer, ‘ah me influenciou’. Eu não jogo. Eu divulgo, mas não jogo’.

Os advogados contratados pela Blaze alegam que a empresa tem sede em Curaçao e que, então, a atividade dela não configura infração penal mesmo que os apostadores sejam brasileiros. (Globo Online)

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