Influenciadora digital com mais de 35 mil seguidores é alvo de operação policial contra o ‘Jogo do Tigrinho’ em Rancharia
Uma influenciadora digital foi alvo de uma operação da Polícia Civil contra jogos de azar, nesta quarta-feira (10), em Rancharia (SP). A investigada utiliza o nome de Nara Rancharia e tem mais de 35 mil seguidores nas redes sociais.
As investigações, que estão em andamento já há sete meses, apuram que, por meio da divulgação de jogos de azar, Nara obteve vultosas quantias em dinheiro, “na casa de milhões de reais”, em contas bancárias no nome da envolvida. O g1 questionou à Polícia Civil qual o valor movimentado pela influenciadora, mas a corporação preferiu não revelar o montante, sob alegação de atendimento ao sigilo bancário.
Ainda de acordo com a polícia, Nara é investigada pelo uso de redes sociais, como Instagram e Facebook, que davam acessos para grupos no WhatsApp, para a promoção de jogos de azar on-line com o fornecimento de links para acessos a plataformas, como, por exemplo, o famoso “Jogo do Tigrinho”.
Segundo as informações repassadas pelo delegado Pedro José da Silva ao g1, a envolvida operava links ilegais que “as pessoas acessam e vão parar em jogos no padrão ‘tigrinho’”.
“É ilegal, no caso dela, porque ela fornece links de acesso para o ‘Jogo do Tigrinho’, que é considerado jogo de azar e não tem autorização legal para funcionamento”, explicou o delegado.
O “Jogo do Tigrinho” funciona como um cassino on-line, hospedado em plataformas clandestinas, e promete ganhos de dinheiro aos usuários. Ele pode ser considerado um jogo de azar pela Lei de Contravenções Penais porque o ganho ou a perda depende exclusivamente da sorte.
Mandado de busca e apreensão
Ainda conforme a Polícia Civil, a 1ª Vara Criminal de Rancharia determinou o bloqueio de dois carros, dos valores da conta bancária e dos perfis da influenciadora no Facebook e no Instagram.
O mandado judicial foi cumprido na casa de Nara, onde os policiais apreenderam documentos, cartões bancários de diversas bandeiras em nome de pessoas investigadas, três aparelhos celulares, três comprovantes de sorteio intitulado “Giro da Sorte” e um caderno com anotações.
Ainda conforme a Polícia Civil, a operação teve os objetivos de levantar provas para a elucidação das investigações e acabar com a divulgação de jogos de azar.
Durante o cumprimento do mandado judicial, Nara postou um vídeo nos stories do Instagram dizendo que estava em casa e estava tudo bem.
“Bom dia! Tudo bem com vocês? Gente, passando aqui para desejar um ótimo dia, que Deus abençoe a vida de cada um e também passando para avisar vocês que eu estou bem, que eu estou em casa e depois eu solto aqui algo que eu possa falar, explicar para vocês o que está acontecendo. Mas eu estou bem, eu estou na minha casa, viu, gente”, comunicou a influenciadora aos seguidores.
Outro lado
O g1 entrou em contato com o advogado que trabalha na defesa da influenciadora, Wellington Rafael, e ele enviou a seguinte nota oficial à reportagem:
“Com base nos autos [a] que tive acesso, afirmo, sem medo de errar, que não há no processo indícios suficientes de autoria e materialidade que tipificam tanto o delito da exploração do jogo de azar, previsto na Lei de Contravenções Penais, quanto o delito de lavagem de capitais.
Contudo, a defesa esgotará todos os meios pertinentes ao caso, através de documentos cabais, legais e plausíveis em momento adequado, demonstrando assim a real situação financeira dos envolvidos no processo.
Reprisa-se e sem sombra de dúvidas é clarividente à condição financeira auferida durante longos anos de trabalho honesto pelos envolvidos com os bens que possuem e que, prematuramente, foram objetos que sofreram bloqueios judiciais.
Além disso tudo, no que tange à dedicação cinematográfica (vídeo da operação) produzida pelos milicianos locais e divulgada em redes sociais logo após a operação, TEMO QUE INOCENTES SEJAM CONDENADOS!”. (g1 Presidente Prudente e Região)