Jorge Ricardo, a magia e o carisma de um grande campeão

Jockey I 06.08.18

Por: Magno José

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Ricardinho é um brasileiro, um carioca, um patriota. Ele merecia um público maior ontem, nas tribunas que o aplaudiram desde de 1976, na sua primeira vitória com Taim, treinado por seu pai, o saudoso Antônio Ricardo, até 2.006, ou seja, 30 anos depois, quando se transferiu para à Argentina

Os atletas de exceção iluminam o ambiente com a sua competência e o seu carisma. Jorge Antônio Ricardo é um jóquei conhecido no mundo inteiro. E o motivo é o mais simples possível. Nenhum dos seus colegas de profissão, nem mesmo os mais famosos ganharam tantas corridas como ele na história do turfe internacional. No topo do ranking, ao lado de estrelas como Russel Baze, Laffit Pincay Jr., William Shoemaker, Pat Day, Pablo Falero, Lester Piggot, Ives Saint Martin, Gary Stevens, e tantas outras lendas, o brasileiro navega em águas tranquilas, sem ser ameaçado, com 12.899 vitórias. Infelizmente, apesar de vencer duas, das três provas de Grupo I da programação de ontem na Gávea, ele não completou, em casa, as 12.900. Isto deve acontecer na semana que vem, na Argentina, onde Ricardinho é um ídolo dos mais populares, assediado pelos caçadores de autógrafos, nas ruas de Buenos Aires.

Com sua qualidade técnica e a sua classe, Jorge Ricardo proporcionou mais uma tarde mágica no prado carioca. Não só pelos resultados, nem apenas por sua performance fantástica, para um senhor de cabelos grisalhos, que daqui a pouco completará 57 anos. E sim pela generosidade de nunca deixar de aceitar o convite para vim se exibir em casa. No prado em que nasceu. Junto aos compatriotas que o viram deixar de ser apenas o carioca, nascido no Leblon, para ser um cidadão do mundo. Para ser recordista mundial. Ricardinho é reverenciado pelos fanáticos “burreros” argentinos como se fosse um deles. Mas não é. Ricardinho é um brasileiro, um carioca, um patriota. Ele merecia um público maior ontem, nas tribunas que o aplaudiram desde de 1976, na sua primeira vitória com Taim, treinado por seu pai, o saudoso Antônio Ricardo, até 2.006, ou seja, 30 anos depois, quando se transferiu para à Argentina. Um dia muito triste para sua legião de fãs.

Mas isto é apenas um detalhe para Jorge Ricardo. E também para os turfistas de seguidas gerações, todas apaixonadas por ele. Apaixonadas por seu talento. Por sua simplicidade. Por sua inteligência. Por sua dedicação. Por sua coragem. Por seu amor à profissão. Por seu respeito pelo público. Por sua cumplicidade com o apostador. Por seu encanto pessoal que alcança glórias, bate recordes, desmistifica estatísticas e conquista tudo o que pretende. E pensar que está chegando a hora dele parar. O que será de nós brasileiros sem o nosso ícone? Sem a nossa referência? Será como o futebol sem Pelé? A Fórmula 1 sem Ayrton Senna? Talvez. Ele não está montado mais aqui. Mas podemos acompanhar os seus feitos aqui do lado, na Argentina. E quando este chicote imortal for pendurado? Quem será o garoto capaz de ocupar esta lacuna no coração de todos os turfistas brasileiros? (Raia Leve – Paulo Gama – Foto: Gerson Martins)

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