‘Maldição da Mega-Sena’: casos de execução, tortura e golpe marcaram sina de ganhadores; relembre
Com um prêmio estimado em R$ 600 milhões, o maior já registrado na história da Mega-Sena, o sorteio do concurso 2.810 está marcado para 31 de dezembro, às 20h. Mesmo sendo o sonho da maioria dos brasileiros, começar o ano com a oportunidade de mudar de vida, há uma “maldição” que circunda os vencedores e que pode fazê-lo repensar sobre ganhar essa “bolada”, revela reportagem do Globo Online.
Antônio Lopes de Siqueira, de 70 anos, foi vítima de uma parada cardiorrespiratória com causas ainda desconhecidas no dia 4 de dezembro. Ele morreu menos de um mês depois de ganhar prêmio de R$ 201 milhões na Mega-Sena. No entanto, essa não foi a primeira vez que um novo multimilionário faleceu de maneira inusitada ao levar o valor.
A morte do homem chamou a atenção, pois além de não ter decidido o que faria com toda a fortuna que ganhou, morreu de modo repentino durante uma ida ao dentista no Mato Grosso. Segundo familiares, ele daria início a um tratamento odontológico e seria um dos primeiros gastos após o sorteio.
Jonas Lucas Alves Dias ganhou prêmio com aposta simples, de 6 números, em 2020
Por muito menos do que o valor da Mega da Virada deste ano, o então novo milionário, Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, foi assassinado. Ele ganhou R$ 47,1 milhões com uma aposta simples de seis números em 2020. Dois anos depois, em setembro de 2022, seu corpo foi encontrado com sinais de tortura às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no interior de São Paulo. De acordo com a polícia, o crime foi premeditado para extorquir o milionário.
Ao chegar à conclusão do caso, os agentes de segurança identificaram nove suspeitos do crime; cinco estão presos e quatro, foragidos. Uma das linhas da investigação é de que o crime tenha sido planejado por alguém próximo à vítima.
Também há casos que, apesar de trágicos, não são violentos. Neste ano, um homem foi encontrado morto em hotel de Curitiba com um bilhete premiado da Mega-Sena, no valor de R$ 398 mil.
A Polícia Militar do Paraná esteve no local após ser acionada pelos funcionários do hotel, situado na região central da capital. Antes disso, os parentes do homem tinham telefonado para procurar notícias dele, pois naquela altura ele era aguardado em casa.
Como se tratou de uma morte natural, a Polícia Civil não abriu um inquérito para apurar o caso. A possibilidade de ser um infarto era uma das suspeitas iniciais das autoridades.
Milionário da Mega no Ceará
Famoso por ser o milionário da Mega-Sena no Ceará, Miguel Ferreira de Oliveira, 50, foi morto em fevereiro de 2018, na cidade de Campos Sales. Antes, em 2011, ele havia faturado R$ 39 milhões no jogo. Na época, Miguel, que é paulista, morava em São Paulo.
O milionário foi atingido por três disparos de arma de fogo enquanto participava de uma seresta em um bar. Ele morreu no local e o suspeito, Antônio Pedro dos Santos, de 30 anos, saiu caminhando.
René Senna: lavrador morto em Rio Bonito (RJ)
Ainda em 2018, a viúva de René Senna, Adriana Almeida, foi acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido e condenada a 20 anos de prisão em 2018.
O ex-lavrador Renê Senna, de 54 anos, que ganhou sozinho a Mega-Sena, em agosto de 2005, levou um prêmio de R$ 51,8 milhões. Ele foi morto no dia 7 de janeiro de 2007, com três tiros, em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, onde tinha uma fazenda.
Segundo testemunhas, dois homens de moto se aproximaram do ex-lavrador, que estava em um bar a oito quilômetros de casa, e fizeram os disparos. Os bandidos levaram a bolsa de René, mas deixaram o relógio e um cordão de ouro.
A vítima havia perdido as duas pernas em decorrência de diabetes e costumava andar de quadricíclo.
Fábio Leão tem morte encomendada pelo pai
Outro caso em que um familiar foi condenado por planejar a morte do ganhador da Mega-Sena, ocorreu em Cuiabá (MT), em 2010. Neste caso o crime não foi executado. Fábio Leão Barros havia sido premiado com R$ 28 milhões em julho de 2006 e quatro anos depois, soube que Francisco Serafim Barros, seu pai, foi acusado de encomendar a morte do filho 2010.
Após o prêmio, Fábio transferiu o montante para a conta do pai. Em 2008, ele quis que Francisco devolvesse o valor, mas o pedido foi recusado. O filho, então, entrou com ação na Justiça para ter o dinheiro de volta.
Dois anos depois, Francisco foi preso em Cuiabá (MT) por ter supostamente planejado a morte do próprio filho. Segundo a acusação, Francisco contratou dois pistoleiros para executar o crime, que não aconteceu porque a dupla foi parada por policiais e confessou a intenção.
Francisco foi indiciado por formação de quadrilha, mas acabou solto no mesmo ano e nega as acusações. Após o caso, os dois entraram em acordo na Justiça.
Idoso leva golpe e perde fortuna
Em 2022, Fredolino José Pereira, de 71 anos, ganhador da Mega-Sena em Viamão (RS), em 2018, teve mais de R$ 10 milhões levados por golpistas. Duas pessoas são acusadas: o ex-sócio de Fredolino e a namorada.
Eles se tornaram réus por apropriação indébita de bens de pessoa idosa e lavagem de dinheiro. O ex-sócio também responde por estelionato, ameaça e falsificação de documentos públicos.