Prazo da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas é renovado por 45 dias

O prazo para a conclusão da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas terminou no último sábado (15). O relatório final da comissão, assinado pelo senador Romário (PL-RJ), ainda não foi votado e o presidente do colegiado, Jorge Kajuru (PSB-GO), pediu a prorrogação e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre prorrogou os trabalhos pelo prazo de 45 dias.
“A Presidência comunica ao Plenário que, nos termos do Ato do Presidente do Senado Federal n- 4, de 2025, e do Requerimento n- 92, de 2025, do Senador Jorge Kajuru e outros Senadores, fica prorrogado, por 45 dias, o prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e A posta Esportivas (CPIMJAE). O Requerimento n- 92, de 2025, vai à Comissão Parlamentar de Inquérito para juntada ao Requerimento n- 158, de 2024”, informa a decisão do presidente Davi Alcolumbre no Diário Eletrônico do Senado.
Sem quórum
Na última segunda-feira (10), o presidente da comissão enviou o requerimento a Alcolumbre alertando sobre a falta de garantias de quórum suficiente para votar o parecer de Romário ainda esta semana. O quórum mínimo para a votação é de seis senadores.
“O relator, senador Romário, está pronto para apresentar o relatório final. No entanto, não há garantia de quórum mínimo (seis senadores) para a votação nesta semana. Diante desse cenário, apresentamos este requerimento como medida cautelar para garantir a conclusão dos trabalhos da CPI”, diz o requerimento.
Resultados do relatório
No parecer de quase 700 páginas, o senador Romário pediu o indiciamento dos empresários William Pereira Rogatto, Thiago Chambó Andrade, e de Bruno Tolentino, tio do jogador Lucas Paquetá, por envolvimento em crimes de manipulação de resultados. Ex-jogador de destaque do Flamengo e da seleção brasileira, Paquetá atualmente atua no futebol inglês.
Segundo o relatório, eles violaram os artigos 199 e 200 da Lei 14.957, de 2023, a Lei Geral do Esporte. São as práticas ilícitas de “dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado” (art. 199) e “fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado” (art. 200). As penas previstas são de reclusão de dois a seis anos e pagamento de multa.
“O tio de Paquetá, Bruno Tolentino, faria parte da lista de apostadores suspeitos. Conforme sigilo bancário obtido pela CPI, Tolentino pagou R$ 30 mil ao jogador Luiz Henrique, do Botafogo, que recebera cartão amarelo suspeito quando era jogador do Betis, da Espanha. O pagamento de R$ 30 mil foi feito em 06/02/23, via banco Santander, supostamente por sua participação em manipulações”, diz o relatório assinado pelo senador.
E acrescenta: “Bruno Tolentino, conforme extratos bancários analisados, pagou a si mesmo a quantia de R$ 839.696,44 (258 transações)”.
Nota do editor:
A matéria foi atualizadas às 11h05m com a informação da prorrogação da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas depois da publicação da autorização no Diário Eletrônico do Senado.