Segundo a CNC, comércio perdeu R$ 100 bilhões para o mercado de apostas em 2024

Reportagem veiculada pelo UOL Notícias revela que o mercado de apostas esportivas “sequestrou” em 2024 cerca de R$ 100 bilhões que seriam usados no consumo de produtos do varejo, segundo avaliação da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). “Este é o valor estimado do dinheiro que o público gastou com as ‘bets’ em vez de usar para compras de bens e serviços”, registra.

Na reportagem o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares explica que “O bolso do consumidor é um só” e que “em 2024 mudou o padrão, entrou em cena um novo item chamado apostas esportivas. Com isso, o varejo deixou de faturar R$ 100 bilhões ao longo do ano”, avalia. Ao todo, o varejo faturou R$ 3 trilhões em 2024, na projeção da CNC.

O economista destaca que com as apostas nas “bets”, as pessoas deixaram de consumir na farmácia, nas lojas, na compra de carros. Passaram a usar parte da renda em apostas, e o dinheiro sumiu. “As pessoas consumiram menos para apostar. Foi um ano de muito crédito que poderia ter refletido um crescimento muito maior para o varejo”, afirma.

Uma preocupação com a entrada das “bets” em campo é a mudança de padrão das pessoas, na opinião do economista. “Deixou-se de consumir proteína, de comprar sapatos. Tem relatos de gente que não foi fazer matrícula na faculdade e usou o dinheiro nas apostas.”

Ainda segundo a reportagem, a tendência para 2025 é que as pessoas gastem ainda mais com as apostas depois que passou a valer a regulamentação do mercado de apostas no dia 1º de janeiro.

Análises produzidas por entidades de classe têm o claro objetivo de demonizar o setor e idiotizar os apostadores

A análise do economista da CNC é totalmente equivocada e leviana em vários aspectos. Para ‘sequestrar’ R$ 100 bilhões do consumo de produtos do varejo, os apostadores brasileiros teriam que perder mensalmente cerca de R$ 8,3 bilhões ou R$ 276 mil diariamente ao longo de 2024. Estes valores são incompatíveis com a realidade do mercado. A estimativa do setor é que o turnover de 2024 tenha ficado em torno de R$ 150 bilhões e o GGR na faixa dos R$ 15 bilhões.

Outro equívoco da CNC é afirmar que a tendência para 2025 é que as pessoas gastem ainda mais com as apostas depois do mercado regulamentado. Pelo contrário, haverá uma retração do volume de apostas nos próximos meses devido a introdução de regras. O mais importante é combater os sites ilegais para proteger os apostadores dos efeitos nocivos do jogo não regulado.

Essas análises produzidas por entidades de classe têm o claro objetivo de demonizar o setor e idiotizar os apostadores já que não citam os valores que voltam para os usuários e os fundos dos apostadores que ficam depositados em suas contas nas plataformas de apostas.

Todas as análises e estudos que estão sendo publicados sobre o mercado de apostas online no Brasil devem ser tratados como especulativos para produzir narrativas distorcidas. Somente agora com a regulamentação será possível ter números oficiais, embasados e confiáveis.