Soraya Thronicke abriga genro e irmã de Silvio Assis em seu gabinete no Senado

A irmã e o genro do empresário Silvio Assis, lobista acusado de extorquir empresários do setor de apostas online conforme registrado pelo colunista Lauro Jardim do O Globo e pela reportagem da VEJA, são funcionários comissionados de Soraya Thronicke (Podemos), relatora da CPI das Bets, registra o Blog do Nélio e o site O Jacaré, ambos de Mato Grosso do Sul e informação confirmada pelo BNLData. Lotados no gabinete da senadora sul-mato-grossense, eles tiveram salário de R$ 14 mil no mês de novembro deste ano, conforme o Portal da Transparência do Senado.
A revista Veja apontou que Assis é acusado de procurar empresários do setor de apostas para evitar a convocação para depor na CPI das Bets. O valor cobrado para não ser convocado seria de R$ 40 milhões.
Ciro Nogueira procurou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para informá-lo sobre algo “muito grave” que estava se passando nos bastidores da comissão. Ele relatou que um conhecido lobista de Brasília estaria extorquindo empresários ligados ao setor de apostas. E mais: existiria uma parceria entre esse lobista e membros da CPI.
Ainda conforme a Veja, Ciro Nogueira não acusou Soraya Thronicke diretamente de envolvimento no esquema, mas afirmou que ela, por ser relatora da CPI, conhece e mantém uma relação de proximidade com o lobista que fazia as extorsões.
Em outra reportagem da VEJA, a relatora do colegiado confirmou conhecer Silvio, disse que todo mundo conhece o lobista, mas negou veementemente qualquer envolvimento com o tal esquema. “Isso é difamação, é calúnia. Estão tentando me intimidar, porque sou mulher. Silvio nunca me abordou e eu não recebi Silvio, nem ninguém, durante a CPI. Se tiver algum motivo para convocá-lo, eu mesma convoco”, declarou.
O empresário confirmou que participa das reuniões da CPI das Bets, mas com o objetivo de produzir um documentário. Ele rechaçou a acusação. “É uma tentativa de desviar o foco da CPI. É uma falácia. Talvez seja fumaça para tentar desviar alguém de algum objetivo”, afirmou o empresário à revista.
A relatora do colegiado confirmou em reportagem da VEJA conhecer Silvio, disse que todo mundo conhece o lobista, mas negou veementemente qualquer envolvimento com o tal esquema. “Isso é difamação, é calúnia. Estão tentando me intimidar, porque sou mulher. Silvio nunca me abordou e eu não recebi Silvio, nem ninguém, durante a CPI. Se tiver algum motivo para convocá-lo, eu mesma convoco”, declarou.
No entanto, Silvio Assis conta com duas pessoas próximas lotadas no gabinete de Soraya Thronicke no Senado. A irmã, Sandra Barbosa de Assis (confira aqui), foi nomeada no dia 9 de novembro do ano passado para atuar como assistente parlamentar sênior da senadora sul-mato-grossense. No mês passado, ela teve salário de R$ 14.274,75 e mais auxílio refeição de R$ 1.373,11.
O genro de Silvio Assis, David Vinícius Oruê de Oliveira (confira aqui), foi nomeado para trabalhar como auxiliar parlamentar sênior de Soraya em abril deste ano, conforme o Portal da Transparência do Senado. Ele teve salário de R$ 14.077,32 em novembro deste ano, mais o auxílio refeição no mesmo valor, R$ 1.373,11.
Apesar de não confirmar, a relação de Soraya com o lobista parece ser próxima. Na virada do ano de 2022 para 2023, a senadora passou o Natal na casa de Silvio de Assis em Brasília. Além disso, ela trouxe o lobista para Campo Grande (MS) e o apresentou ao então procurador-geral de Justiça Alexandre Magno Benites de Lacerda, registra o Blog do Nélio.
O Jacaré procurou a assessoria de Soraya na última sexta-feira, que confirmou a lotação da irmã e do genro do lobista no gabinete.
Perseguição
Neste domingo, a revista Veja informou que Soraya voltou a acusar que está sendo vítima de “difamação” e “calúnia”. “Estão tentando me intimidar porque sou mulher”, reagiu Soraya, sobre as insinuações, que ganharam corpo após o senador Ciro Nogueira (PP), com quem bateu boca no plenário da CPI das Bets, levar a denúncia ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD).
“Silvio nunca me abordou e eu não recebi. Silvio nem ninguém durante a CPI. Se tiver algum motivo para convocá-lo, eu mesma convoco”, afirmou a senadora.
Em nota divulgada na sexta-feira (13), a assessoria da parlamentar também destacou que ela vem sofrendo ameaças. “A senadora também afirma que tem sido alvo de ameaças e tentativas de intimidação por parte de alguns colegas senadores. Além disso, existem fortes indícios de que o genro de um senador seja proprietário de uma plataforma especializada em jogos on-line e com sede em um país considerado paraíso fiscal. Há ainda suspeitas de seu envolvimento nos crimes que estão sendo investigados no âmbito da CPI”, informou.
Confira a nota de esclarecimento da senadora Soraya Thronicke na íntegra:
“Em relação às acusações envolvendo supostas extorsões e pagamento de propina nos bastidores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, a senadora Soraya Thronicke esclarece que tem recebido denúncias graves e preocupantes sobre o possível envolvimento de parlamentares e seus familiares em esquemas ilícitos, incluindo a realização de lobby para empresários donos de sites de apostas ilegais e influenciadores, com o objetivo de evitar convocações para comparecimento à CPI.
A senadora também afirma que tem sido alvo de ameaças e tentativas de intimidação por parte de alguns colegas senadores. Além disso, existem fortes indícios de que o genro de um senador seja proprietário de uma plataforma especializada em jogos on-line e com sede em um país considerado paraíso fiscal. Há ainda suspeitas de seu envolvimento nos crimes que estão sendo investigados no âmbito da CPI.
Diante dessas situações, a senadora encaminhou as denúncias ao Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Além de formalizar a denúncia à PF, ela pretende processar criminalmente o senador por denunciação caluniosa, calúnia e difamação, além de reparação na esfera cível, em razão da ofensa à sua honra. A senadora também já colocou à disposição a quebra de seus sigilos bancários, fiscais, telemáticos e qualquer outra informação que a Polícia Federal julgar relevante para as investigações.
A senadora Soraya Thronicke entende que os ataques à sua reputação refletem o desespero de alguns parlamentares, especialmente por ela exercer o papel de relatora da CPI e atuar de forma combativa, com integridade, seriedade e honra — princípios que têm norteado seus seis anos de mandato no Senado Federal.
Quanto a outras denúncias, a senadora esclarece que não tem conhecimento a respeito e reforça que os responsáveis por tais acusações devem apresentar explicações diretamente à Polícia Federal.”
Soraya Thronicke acusa ‘movimento orquestrado’ contra CPI das Bets e vai acionar PF