Tecnologia que apontou movimentações suspeitas no caso Paquetá é usada no Brasil
As bets associadas ao Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) — que abrangem 75% do mercado brasileiro de apostas — estão usando inteligência artificial e cruzamento de dados para identificar e barrar possíveis manipulações de resultados esportivos, registra reportagem do Extra.
As empresas vêm usando a experiência e soluções tecnológicas adotadas em países com regras rígidas — como a Inglaterra, a Itália e a Espanha — para coibir ações ilegais que buscam benefícios financeiros.
“A integridade do jogo é fundamental e inegociável. As maiores bets do Brasil, em linha com o que já praticam em outros países, atuam de forma ativa na identificação de possíveis fraudes para coibir esse tipo de comportamento ilegal e imoral. Defendemos e trabalhamos em prol do jogo limpo e o entretenimento saudável”, afirma André Gelfi, diretor-presidente do IBJR.
Segundo o instituto, as movimentações financeiras são acompanhadas de forma constante. Quando suspeitas são levantadas, uma análise mais aprofundada é realizada. O sinal de alerta foi aceso pela primeira vez no caso do jogador de futebol Lucas Paquetá, que deverá falar à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas na próxima quarta-feira (dia 30), às 14h30.
O atleta do West Ham — suspeito de ter provocado propositalmente cartões amarelos em quatro partidas da Premier League, a principal divisão do campeonato inglês, para favorecer apostas, segundo a The Football Association (FA) — está obrigado a comparecer à CPI.
Como funciona a tecnologia
A tecnologia utilizada na Europa está presente nas empresas associadas ao IBJR. A partir do acesso ao IP dos usuários, as movimentações financeiras são monitoradas, assim como são avaliadas as inconsistências em dados cadastrais, quantias e formas de pagamento. Também são observadas as localidades das apostas, os tipos de dispositivos utilizados, os hábitos dos apostadores e a capacidade financeira deles.
Eventuais movimentações fora do padrão — que podem configurar algum tipo de manipulação de resultado — são apontadas por meio dessa varreduras feita por inteligência artificial. Uma vez identificados os casos, é possível acionar as autoridades competentes e as entidades esportivas.
Segundo o IBJR, as empresas associadas atuam de acordo com a regulamentação e são membros da International Betting Integrity Association (IBIA) — entidade internacional criada em 2005 para combater a corrupção nas apostas.
