Vereador é denunciado por racismo após ofender parlamentar imitando som de macaco durante sessão; vídeo
O vereador Carlos Lopes Ribeiro (Solidariedade), também conhecido como Carlim Imperador, denuncia ter sido vítima de injúria racial durante uma sessão da Câmara de Planaltina de Goiás, cidade do Entorno do Distrito Federal. Um vídeo mostra o momento do crime, em que o vereador Lincon Albuquerque (Cidadania) imita o som de um macaco para o colega, ao tentar atrapalhar a fala dele (assista abaixo).
O caso aconteceu na segunda-feira (13), durante a votação de um projeto de lei que prevê a criação de uma loteria municipal. O vídeo mostra quando Carlim Imperador tenta justificar seu voto contra a aprovação do projeto, mas acaba iniciando uma discussão acalorada entre os vereadores.
Durante a discussão, Lincon faz um sinal com a mão, dando a entender que o colega falava demais. Na sequência, passa a imitar sons de macaco para Carlim. Os outros parlamentares começam a fazer silêncio logo em seguida.
O g1 entrou em contato com o vereador Lincon Albuquerque, que respondeu que iria se pronunciar em breve. Até a última atualização desta reportagem, o parlamentar ainda não havia se manifestado.
A reportagem também tentou contato com a Câmara dos Vereadores de Planaltina de Goiás, por meio de e-mail e ligações. Mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
Ao g1, Carlim disse que não conseguiu ter nenhuma reação no momento em que tudo aconteceu, apenas se sentiu muito constrangido.
“Na hora me deu um branco, fiquei muito envergonhado, porque ele tentou me desprestigiar como pessoa”, lamentou o vereador.
Caso será investigado
Na manhã desta terça-feira (14), Carlim procurou a delegacia para denunciar Lincon por injúria racial. A Polícia Civil confirmou que vai começar a investigar o caso.
O vereador também usou as redes sociais para falar sobre o caso. Ele pediu que as pessoas tenham mais consciência sobre a violência deste tipo de crime, para que novas situações não aconteçam, especialmente durante o mês de novembro, em que é celebrado o dia da Consciência Negra.
“Não é a cor, não é a condição social, que vai diferir um cidadão. Somos todos iguais perante a lei. Estou extremamente constrangido e ofendido com o professor Lincon. Um vereador, um professor, não pode cometer uma barbárie como essa”, afirmou.
Vereador Lincon Albuquerque imita o som de macaco para atrapalhar colega durante sessão na Câmara de Planaltina de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
No Brasil, casos de injúria racial são considerados também crimes de racismo, cuja pena varia entre 2 a 5 anos de prisão. Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo, conforme a Lei 14.532, de 2023.