Verificações de acessibilidade obrigatórias ameaçam a indústria de apostas e jogos regulados, adverte relatório da EY

O setor regulamentado de apostas e jogos da Grã-Bretanha instou o governo a publicar um Livro Branco que ofereça benefícios para empresas e apostadores, depois que um novo estudo mostrou que os cheques de acessibilidade já estão atingindo as receitas.

A pesquisa da EY para o Betting and Gaming Council confirmou que o setor permaneceu robusto apesar da pandemia e agora estava enfrentando a crise de energia e a crise do custo de vida.

No entanto, a aplicação de verificações de acessibilidade mais rígidas contribuiu para a redução das receitas, disse o estudo.

O relatório confirma pesquisas recentes que mostraram que quase 70% das pessoas que fazem uma aposta disseram que não estariam dispostas a permitir que empresas regulamentadas realizassem verificações obrigatórias de acessibilidade para provar que podem arcar com as apostas.

De acordo com a EY, apesar das pressões externas enfrentadas por todas as empresas, que foram exacerbadas por verificações de acessibilidade, a contribuição total do valor agregado bruto dos membros do BGC para a economia do Reino Unido foi de £ 7,1 bilhões.

Enquanto isso, a indústria mantém 110 mil empregos nas ruas principais, em hospitalidade e em potências tecnológicas globais.

A contribuição para o Tesouro de apostas e jogos regulamentados permaneceu significativa em £ 4,2 bilhões anualmente.

Em todo o setor, o rendimento bruto do jogo em geral – receita total após o pagamento dos ganhos, mas antes da dedução dos custos – aumentou ligeiramente em relação a 2019, apesar da enorme volatilidade global.

Um novo White Paper estabelecendo novas leis para a indústria de jogos de azar é esperado dentro de semanas. Na expectativa dos limites de gastos do governo, os membros do BGC já começaram a aplicar verificações mais rigorosas, que estão afetando as receitas.

O estudo da EY observou: “O GGY online diminuiu desde meados de 2021, provavelmente refletindo a reabertura de locais físicos, a introdução de verificações de acessibilidade online e o declínio na renda familiar real”.

O declínio no setor de apostas e jogos online regulamentados como resultado de fatores como o impacto das verificações de acessibilidade pode levar os clientes ao mercado negro, alertou o estudo.

O estudo da EY disse que essas pressões “podem, por sua vez, levar a vazamentos para o mercado negro, ou seja, operadoras que oferecem produtos de jogos de azar remotos (principalmente desktop e móveis) que não possuem uma licença da Comissão de Jogos do Reino Unido para jogos de azar remotos”.

Os países europeus que aplicam duras sanções às apostas, incluindo restrições às apostas, verificações gerais de acessibilidade e restrições à publicidade, testemunharam um aumento nas apostas no mercado negro.

O mercado negro da Noruega representa agora mais de 66% de todo o dinheiro apostado, na França é de 57%, enquanto na Itália 23% do dinheiro apostado é em sites ilícitos.

Os números provocaram novos apelos do BGC para acabar com a incerteza apresentada pela revisão atrasada das leis de jogos de azar pelo governo e garantir que quaisquer novos regulamentos coloquem a indústria em uma base sustentável para o crescimento futuro.

O CEO do Conselho de Apostas e Jogos, Michael Dugher, disse: “O setor regulamentado de apostas e jogos do Reino Unido é um líder global genuíno. Cerca de 22,5 milhões de adultos desfrutam de uma aposta, na loteria, no bingo, em qualquer esporte, online e em cassinos.

“Nossos membros injetam bilhões na economia, apoiam o Tesouro com mais bilhões e apoiam mais de cem mil empregos.

“Mas essa contribuição nunca é garantida. Esta indústria precisa prosperar se quiser manter seu status de líder global.

“Enquanto os ministros consideram a estrutura regulatória para esse setor, eles devem parar e pensar e garantir que as decisões que tomam apoiem um futuro sustentável.

“Este é um setor que está pronto para investir, em ruas movimentadas por meio de casas de apostas, em turismo e hotelaria por meio de cassinos de classe mundial e online, onde nossos membros gigantes da tecnologia procuram aumentar o número de aprendizes que contratam.

“Pedimos ao governo que encontre um Livro Branco equilibrado e baseado em evidências que proteja os vulneráveis, permita que a grande maioria que aposta com segurança continue a fazê-lo e, crucialmente, permita que os negócios prosperem.”

O governo prometeu um Livro Branco descrevendo uma revisão da atual legislação de jogos de azar dentro de semanas.

O órgão de padrões da indústria, o BGC, lançou 20 padrões e iniciativas desde que foi criado há três anos para impulsionar os padrões.

Michael Dugher acrescentou: “Esta indústria leva a sério o jogo mais seguro e é encorajador que as taxas de jogo problemático entre os adultos do Reino Unido permaneçam baixas pelos padrões internacionais em 0,3%.

“Queremos ver a tecnologia usada para garantir que as verificações dos gastos sejam cuidadosamente direcionadas aos vulneráveis, não à grande maioria que não mostra sinais de danos.

“Mas sem a clareza do governo sobre as verificações de acessibilidade, nossos membros estão preocupados com o fato de estarem levando clientes frustrados para o mercado negro inseguro e não regulamentado.

“Esses sites não têm nenhuma das ferramentas de jogo mais seguras empregadas por nossos membros, não fazem nada para proteger os jovens, não investem nada nos esportes que amamos, como corrida de cavalos, rúgbi, dardos e futebol e, principalmente, não contribuem com um centavo em imposto”.