A aposta da Z.ro no negócio das bets

Blog do Editor I 11.03.24

Por: Magno José

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A aposta da Z.ro no negócio das bets
Edisio Pereira Neto, fundador e CEO da Z.ro (Foto: Divulgação)

Sempre que um apostador faz um pix em uma casa de apostas esportivas, é alta a probabilidade dessa transação passar pelos sistemas do Z.ro Bank — plataforma responsável pelo processamento de transferências bancárias que atende 5 das 10 maiores empresas de bets do país. No ano passado, puxado pelo boom das apostas, a empresa viu seu faturamento crescer 1.200%. Foram processados R$ 22,5 bilhões em transações via pix, não apenas para bets, mas também para outros clientes que demandam altos volumes de transações, de estacionamentos a marketplaces, registra o Blog Capital no Globo Online.

O Z.ro foi fundado no Recife em 2019 para ser um banco multi moeda para pessoa física com foco em conversão de criptomoedas. Fez parceria com a Visa e ganhou prêmios de inovação, mas foi vítima do próprio pioneirismo: os downloads explodiram mas o produto não estava à altura.

— Tivemos 1 milhão de downloads em seis meses e 1 milhão de problemas — diz o fundador e CEO Edisio Pereira Neto. No final de 2021, ele captou R$ 25 milhões com um multifamily office de Recife para se reestruturar. — Demoramos um certo tempo para captar e, quando conseguimos, o mercado era outro. Havia uma concorrência grande de bancos oferecendo contas em dólar, o inverno cripto estava começando e o pix surgindo — diz Edisio, que resolveu apostar no pagamento eletrônico lançado pelo Banco Central, passando a prover tecnologia de pagamentos de alta volumetria.

A aposta deu certo: o Z.ro hoje é lucrativo — e nem pensa em vender participação em novas rodadas de investimento. Já são 50 clientes, sendo que 35 foram adicionados no ano passado — com mais 37 em processo de integração. A regulamentação das bets, com a exigência de nacionalização, também vai fazer crescer a demanda.

O Z.ro consegue processar mais de 50 mil operações de pix por minuto — funcionando 24 horas por dia. Em alguns momentos de pico no ano passado, o Z.ro foi responsável por processar mais de 5% das transferências via pix do país. A tecnologia funciona como uma porta de entrada para diferentes bancos, integrando além de sua própria API, a de grandes bancos, para pagamentos e recebimentos instantâneos, com geração de QR Code dinâmico.

Exibindo uma “alta margem Ebitda” — cujo valor não revela — a fintech caminha para uma receita líquida de quase R$ 100 milhões em 2024 e planeja triplicar o time, hoje com 70 colaboradores.

Além do processamento de pix, o Z.ro segue realizando transações cambiais e conversão de cripto em moeda fiduciária, para pessoa física e também para exchanges de cripto.

O Z.ro é a segunda empreitada de Edisio, que começou com uma agência de câmbio e turismo em 2005. Ele tinha apenas 16 anos e foi emancipado pelo pai para tocar o negócio, que virou a maior rede de agências de câmbio do Norte e Nordeste. Dez anos depois, ele foi comprado pela B&T, maior empresa de câmbio do país, da qual se tornou (e ainda é) sócio.

 

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