Aposentada cai no golpe do bilhete premiado e também perde ação na Justiça

A 11ª Câmara do Rio negou apelação de uma aposentada para recuperar mais de R$ 100 mil que retirou da sua conta no Banco Santander. Na ação, a idosa de 61 anos alegou ter sido vítima de “sequestro relâmpago” praticado por um casal, que a obrigou fazer transferências bancárias para a conta de cúmplices, registra Ancelmo Gois no Globo Online.
O Santander contestou a versão, justificando que nas ligações para a Central de Segurança do Banco, a aposentada confessou ter caído no golpe do “bilhete premiado”. Ela pediu o bloqueio das transferências, mas já era tarde.
Segundo a contestação, a aposentada teria sido abordada em Botafogo por uma mulher de aparência humilde, que lhe perguntou sobre um endereço no bairro. Mesmo com a resposta da idosa que desconhecia tal rua, a vigarista emendou a sua conversa insinuante. Disse ser Maria Joana Pereira e que veio de Barra do Piraí para receber o dinheiro de uma rifa. Na verdade, ela mostrou um bilhete da Quina com prêmio de R$ 14 milhões. Alegou que, por ser testemunha de Jeová, não poderia receber prêmio de jogo, mas se contentaria com R$ 100 mil para comprar uma casa em Minas Gerais.
O golpe teve a participação de um segundo vigarista, que se juntou as mulheres. Vestido com jaleco branco, ele se identificou como Paulo Cesar Botelho, disse ser médico ortopedista, e que ele e a aposentada poderiam dividir os R$ 14 milhões do prêmio. Ele levou as duas mulheres em seu carro à agência bancária, para a aposentada fazer a transferência do dinheiro para as contas indicadas pela vigarista. Conforme a versão do Santander, a aposentada ainda confessou para a atendente da central: “olha, como é que eu fui cair numa coisa dessa, não entendo, mas eles têm uma lábia, menina”.