Assessor de Haddad orientou empresas a rechaçar tentativas de achaque
Uma reportagem da nova edição de VEJA conta que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alertado por um assessor especial de sua equipe que um deputado federal da base governista teria pedido 35 milhões de reais a uma associação que reúne empresas de apostas esportivas em troca de duas contrapartidas: defender seus interesses na regulamentação do setor e não transformar a vida de seus associados num inferno na CPI das Apostas Esportivas, instalada na Câmara dos Deputados.
Apesar de a denúncia não ter sido formalizada e não terem sido apresentadas provas contra o parlamentar citado, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator da CPI das Apostas Esportivas, que nega enfaticamente a acusação, Haddad, por precaução, pediu a um seleto grupo de parlamentares que redobrasse a atenção com os trabalhos da comissão, a fim de evitar pressões indevidas ou achaques às chamadas bets, o que poderia afastá-las do mercado brasileiro e atrapalhar os planos do governo de arrecadar entre 2 bilhões de reais e 12 bilhões de reais por ano no setor.
Outras medidas foram tomadas. Uma delas partiu de José Francisco Manssur, o assessor especial da Fazenda que recebeu o relato da cobrança de propina e levou o caso ao ministro. Cotado para assumir a Secretaria de Apostas Esportivas, Manssur disse a representantes de duas associações de empresas de apostas que o governo não compactua com a cobrança de propina, recomendou que nada fosse pago em qualquer hipótese e afirmou que, diante de tal posicionamento, ninguém poderia alegar no futuro ter sido vítima de achaque, registra nova reportagem da VEJA.
“Em diálogo com a assessoria do Ministério da Fazenda, ouvimos uma recomendação que condiz com a nossa forma de atuar e de enxergar a evolução nas relações institucionais: não ceder a qualquer pedido não republicano que eventualmente viesse do governo ou do Congresso. Seguimos firmes com esse propósito”, disse em nota o Instituto Brasileiro do Jogo Responsável.