Cientistas afirmam que videogames viciam

Jogo Responsável I 05.11.03

Por: sync

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Os fanáticos por jogos de computadores não devem ser taxados como viciados, apesar de alguns jogadores afirmarem que estão presos a uma atividade que está afetando seus relacionamentos, disseram cientistas nesta terça-feira.Psicólogos, sociólogos e outros profissionais afirmaram durante um congresso sobre games que ocorre na cidade holandesa de Utrecht que existem algumas evidências que mostram que os games estimulam as mesmas áreas do cérebro atingidas pelo álcool e por outras drogas.Mas, ao contrário do que acontece com as substâncias viciantes, não existe medicamento para tratar o comportamento compulsivo de um de jogador."O Everquest (popular game online) é viciante? Bem, ele é tão viciante quanto escola ou trabalho. O tempo gasto nessas coisas também as torna viciantes", disse Florence Chee, estudante de pesquisa da Simon Fraser University no Canadá.O interesse científico na indústria multibilionária de games cresceu com grande rapidez nos últimos anos, após adolescentes de diversos países terem se matado após horas de games violentos. Diversos governos já pressionaram a indústria para colocar alertas de risco à saúde nas embalagens dos jogos.O coro é engrossado por muitos jogadores que atualmente se descrevem como viciados, disse Stephen Kline, professor de psicologia social e analista de mídia da Simon Fraser University."Quinze por cento dos jogadores do Everquest dizem: ‘Eu sou viciado’. E trinta por cento deles podem ser classificados como viciados", disse o professor.Apesar de usar a palavra "viciado" no sentido de "devoção", sua pesquisa com centenas de jogadores frequentes mostra que metade deles têm problemas amorosos ou familiares por causa do hábito.MARATONA DE JOGOSJogadores frequentes podem disputar partidas por 17 a 26 horas por semana em média. Os jogos online são considerados os mais viciantes, consumindo mais tempo dos usuários.Crianças a partir de 10 anos estão começando a brincar com jogos online, afirmou o pesquisador. Para ele, as famílias deveriam saber que isso é radicalmente diferente de histórias em quadrinhos."A experiência com jogos não é uma experiência clássica de mídia. Tem um potencial que oferece uma experiência psicológica nova", afirmou Kline, acrescentando que situações violentas vividas em jogos podem se materializar na vida real.Outros cientistas, que fizeram pesquisas semelhantes às de Chee, afirmaram que jogadores contumazes são sociáveis e não solitários patológicos.A professora de sociologia Holin Lin, da National Taiwan University, descobriu que muitos jogadores são membros de clãs online. Ela também constatou que muitos têm relacionamentos amorosos com membros de um mesmo grupo de jogadores na vida real.
Yahoo Notícias – Lucas van Grinsven – UTRECHT, Holanda (Reuters)

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