Distorção da notícia sobre o calote de site de apostas está na origem da informação

Apostas I 26.03.25

Por: Magno José

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Distorção da notícia sobre o calote de site de apostas está na origem da informação
O golpe do ‘Apostador VIP’ não é novidade para os assinantes do BNLData, mas o que causou irritação foi a forma que a Defensoria Pública do Distrito Federal divulgou para grande mídia através de um texto equivocado e por não revelar o nome do site que deu o golpe no apostador

Desde a última sexta-feira (21) que a grande mídia está veiculando a notícia que um apostador teria procurado a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), por meio do Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa do Consumidor (Nudecon), que acionou a Justiça para reparar dano ocasionado por plataforma de jogos on-line.

Segundo a denúncia, Aldaim Silva, de 49 anos acumulou um total de R$ 169.002,70, mas foi impossibilitado de receber o dinheiro, sob a alegação de que deveria depositar mais uma quantia para subir de categoria e, assim, supostamente ter acesso ao montante.

Esse fato não é novidade para os assinantes do BNLData, que denunciou a prática através da reportagem ‘Como operam os sites chineses acusados de aplicar golpes em apostadores brasileiros’.

O que causou irritação nos executivos e técnicos do mercado de apostas foi a forma que a grande mídia abordou o tema e a repercussão na sociedade ao não revelar o nome do site que deu o golpe no apostador.

Além disso, a informação confunde o “Jogo do Tigrinho” como se fosse uma plataforma de apostas e também não esclarece se o Fortune Tiger é a versão original ou uma versão ‘clonada’ comumente disponibilizada pelos sites ilegais orientais que operam o Brasil. Outra distorção registrada foi não denunciar a empresa de meio de pagamento que processa o pagamento para sites de apostas ilegais.

O BNLData apurou que a origem da informação que gerou toda a repercussão foi divulgada pela Defensoria Pública do Distrito Federal – DPDF

Veja o texto divulgado pela assessoria de imprensa do DPDF:

Defensoria Pública do DF aciona a Justiça para reparar dano ocasionado por plataforma de jogos on-line

Assistido acumulou R$ 169.002,70 no “jogo do Tigrinho”, mas foi impossibilitado de receber o dinheiro sob alegações arbitrárias da empresa

A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), por meio do Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa do Consumidor (Nudecon), acionou a Justiça para reparar dano ocasionado por plataforma de jogos on-line popularmente conhecida como “jogo do Tigrinho”. O assistido acumulou um total de R$ 169.002,70, mas foi impossibilitado de receber o dinheiro, sob a alegação de que deveria depositar mais uma quantia para subir de categoria e, assim, supostamente ter acesso ao montante.

Após a verificação em sítios eletrônicos especializados em reclamações consumeristas, constatou-se que as empresas responsáveis pela plataforma sempre agem da mesma maneira: disponibilizam jogos on-line; permitem que os usuários ganhem créditos em reais e prometem o saque desses valores; retêm o saldo existente com base em algum pretexto; condicionam a liberação do valor retido ao pagamento de novas quantias via PIX; e mantêm o montante ganho pelo usuário retido, mesmo após a efetivação das transferências exigidas.

No pedido, ficou demonstrada a existência da relação de consumo entre a plataforma e o usuário, o que enseja a responsabilidade objetiva da empresa. Ou seja, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a reparação dos danos causados independe da existência de culpa por parte do fornecedor.

Para o Defensor Público-Geral, Celestino Chupel, o papel da Defensoria Pública nos casos que envolvem jogos de azar é fundamental. “É nosso dever proteger os consumidores que se encontram em situações como essa, auxiliando as vítimas a buscarem reparação pelos prejuízos financeiros suportados e garantindo seus direitos”, defendeu.

O Defensor Público e chefe do Nudecon/DPDF, Antônio Carlos Cintra, explica que o “jogo do Tigrinho”, que já vinha comprometendo a renda de milhares de pessoas que se tornaram viciadas em uma plataforma de jogo fácil, agora mostrou nova roupagem, propiciando golpes como o do presente caso. “A publicidade é toda voltada para a obtenção de lucros financeiros, sem nenhum limitador. A partir daí, verifica-se a imposição de bloqueios arbitrários e objeções que não foram anunciadas previamente. As plataformas agem de forma fraudulenta para garantir novos depósitos e, como consequência, mantêm os usuários presos a elas na esperança de realizar os saques prometidos”, elucidou. (Por Caroline Bchara – ASCOM | 21 de março de 2025 | 15:30)

Nível de jogador Vip 2

Em entrevista ao jornal Metrópoles Aldaim Silva anos contou que começou a apostar em dezembro de 2024, com R$ 120. “Fui aumentando as apostas, ganhando e perdendo ao longo desse tempo, até que cheguei a R$ 162 mil acumulados”, disse.

Porém, quando tentou sacar a quantia, descobriu que só poderia retirar R$ 10. “Para ter acesso a todo o valor, eu tinha que atingir o nível de jogador Vip 2”. O nível seria referente à quantidade de dinheiro já apostado dentro da plataforma, porém, segundo Aldaim, não há informação de qual seria o valor necessário para chegar ao Vip 2.

Então, o jovem pensou em procurar o Procon-DF. “Mas, pesquisando na internet, percebi que os dados de contato da empresa estavam errados. Por isso, fui direto na Justiça”, pontuou.

Com apoio da Defensoria Pública do DF (DPDF), ele acionou a Justiça. “Acredito que a Justiça vai conseguir encontrar a empresa, e eu vou conseguir o meu dinheiro. Atrás de todo CNPJ tem um CPF.” Com o dinheiro, Aldaim vai pagar contas e realizar um sonho. “Quero arrumar meus dentes.”

Como operam os sites chineses acusados de aplicar golpes em apostadores brasileiros

 

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