Grupo da Caixa acompanha sorteios de loterias em sala com senha no Distrito Federal

Destaque I 31.12.15

Por: sync

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Um grupo de cinco funcionários da Caixa Econômica Federal sabe com pelo menos meia hora de antecedência quantos e de que cidade são os apostadores que acertam a Mega-Sena. O G1 acompanhou na semana passada o trabalho do grupo na apuração oficial dos resultados dos sorteios das loterias em uma sala no décimo andar na sede do banco, em Brasília.

No local, que tem fechadura com abertura por senha, trabalham o gerente de loterias da Caixa, Edilson Carrogi, de 39 anos, e quatro auxiliares. Eles ficam o tempo todo de olho nos telões que mostram, em tempo real, o sorteio dos números, o rastreamento do jogo vencedor e o local onde o bilhete premiado foi feito.

De acordo com Carrogi, de 39 anos, a apuração do sorteio é sempre feita em quatro etapas: encerramento das apostas, quando o sistema da Caixa para de aceitar o registro de jogos, processamento dos dados dos bilhetes, sorteio das bolas e apuração de jogos vencedores. Todos os funcionários do setor assinam uma ata de compromisso.

"Não é apenas na Mega-Sena que o funcionário deve assinalar uma ata. Em toda loteria, temos um compromisso, entende? Todos os dados são conferidos diversas vezes. É impossível ter alguma fraude. O processo de apuração do sorteio começa assim que as apostas são encerradas, geralmente às 19h", disse.

De acordo com o gerente, a apuração é “replicada” para evitar erros, uma em um sistema chamado gestora de apostas e o outro, auditoria – que é uma cópia da primeira. O objetivo da duplicação, de acordo com Carrogi, é verificar quantos jogos foram feitos e quanto a Caixa arrecadou com as apostas. Só após a confirmação, o sorteio é realizado.

"O auditor fiscal é o responsável para comparar as duas bases. O sorteio só é liberado após todos os dados baterem. Após a confirmação, o sorteio começa e o locutor é acionado. Em seguida, a garota da sorte pega a bola e mostra para a câmera. O locutor anuncia o número da bola sorteada, a cor e a soma da dezena. Novamente, é uma forma de confirmação."

Após conferirem a soma das dezenas sorteadas, os auditores fiscais, de Brasília, liberam a continuidade do sorteio, até a última dezena.

As bolas, que são importadas da França, têm vida útil de 5 anos. Elas são feitas de borracha maciça e, bimestralmente, são vistoriadas pelo Instituo Nacional de Metrologia (Inmetro), que analisa o peso e a identificação dos números.

"A mesma empresa francesa que fabrica as bolas também as importa para países como os Estados Unidos e Espanha e [é usada] na própria França. O Inmetro avalia massa, peso, tamanho e identificação visual", disse o gerente.

Os bilhetes também são produzidos de modo a impedir falsificações. "Todo bilhete tem um número de rastreamento diferente. Também temos as ‘linhas loucas’, que são aqueles desenhos em tons de azul que ficam no papel. Temos tinta de segurança e também um sistema que lê códigos de barras nas lotéricas e agências das Caixa", afirmou.

O gerente também explica que não é comum que pessoas tentem dar golpes de bilhetes premiados. Segundo ele, as normas de segurança da Caixa são rigorosas. Para o ganhador sacar a "bolada", por exemplo, é necessário levar documentos pessoais, inclusive comprovante de residência.

Segundo Carrogi, cerca de uma hora após o sorteio, o programa da Caixa Econômica, que é reconhecido pelo Sistema Mundial de Loterias, identifica se há um bilhete vencedor e a região em que foi feita a aposta. Na maioria das vezes, o vencedor saca a "bolada" em uma cidade diferente da que foi apostada, afirmou.

"São poucos que sacam na própria cidade do jogo. Muitos têm o receio de ficarem conhecidos ou sofrerem algum tipo de violência", diz Carrogi.

Casa de ferreiro…

O gerente de loterias disse à reportagem que não aposta na Mega-Sena, para não "misturar as coisas". Segundo ele, é uma opção pessoal – funcionários da Caixa não são proibidos de jogar na Mega-Sena ou em outras loterias. "Não aposto por convicção, uma escolha pessoal. Prefiro que a loteria seja apenas meu trabalho".

Do sortudo que ganha um prêmio milionário, a Caixa faz um dossiê com documentos da pessoa e o bilhete premiado, que é mantido pelo banco por dez anos. (Do G1 DF – Jéssica Nascimento)

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