Nego Di é denunciado por esquema de rifas virtuais ilegais: ‘adquiriu o próprio número sorteado’, acusa MP
Conhecido como Nego Di, o influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, além de contravenção penal na ação que investiga a promoção de rifas virtuais ilegais. A esposa de Dilson, Gabriela Sousa, também foi denunciada.
Segundo o MP, Nego Di promoveu o sorteio de um carro de luxo e adquiriu ele próprio o número sorteado. Para dissimular, o influenciador teria anunciado um vencedor fictício.
Em julho deste ano, o humorista já havia sido preso em Santa Catarina por crime de estelionato após denúncias de que participava de um esquema de venda online de produtos que nunca foram entregues a, pelo menos, 370 compradores.
O casal foi alvo de uma operação no dia 12 de julho deste ano. Na ocasião, dois veículos de luxo foram sequestrados e uma arma de uso restrito das Forças Armadas, sem registro, foi apreendida. Na última quarta-feira (4), a 2ª Vara Criminal de Canoas negou um novo pedido de liberdade feito pela defesa do influenciador, que já está preso há 53 dias. Segundo a investigação da Polícia Civil, foram registradas movimentações financeiras em contas ligadas a ele em 2022 que passavam de R$ 5 milhões.
Rifas ilegais
Na denúncia, o MP detalha como funcionou o esquema das rifas que Nego Di promovia pelas redes sociais. Sem autorização legal, o influenciador divulgou loterias em forma de rifas digitais, entre novembro de 2022 e maio de 2024, nas quais sorteava prêmios em dinheiro e em bens. Segundo o promotor do caso, Flávio Duarte, após análise dos materiais apreendidos na Operação Rifa “foi possível ter uma dimensão exata das infrações penais praticadas e dos valores obtidos pelo casal”.
Estelionato e lavagem de dinheiro
O humorista gaúcho foi denunciado pelo MP pela prática de estelionato por ter promovido, em dezembro de 2023, uma rifa para sortear um Porsche Macan, avaliado em torno de R$ 470 mil, e R$ 150 mil em dinheiro. No entanto, o veículo de luxo nunca foi entregue para terceiros. Segundo o MP, Nego Di “adquiriu o próprio número sorteado e ainda, para garantir a impunidade, publicou um vídeo em que anunciou, de forma dissimulada, um vencedor fictício para a rifa”.
O MP também acusa Nego Di e a esposa por lavagem de dinheiro no valor de R$ 2,5 milhões. Entre novembro de 2022 e maio deste ano, o casal, destinou o dinheiro obtido com as rifas ilícitas para contas de terceiros e, depois, para a compra de veículos de luxo, imóveis na Capital, na Serra e no Litoral gaúcho, além de gastos em benefício do casal.
Uso de documentos falsos
Além do estelionato e lavagem de dinheiro, o influenciador também é investigado por uso de documento falso. Em maio deste ano, período marcado pela tragédia das chuvas que assolou o Rio Grande do Sul, Nego Di postou em sua rede social um comprovante de transferência via PIX, no valor de R$ 1 milhão em doação às vítimas da enchente. Porém, segundo o MP, a verdadeira operação bancária e o comprovante gerado foram de apenas R$ 100.
Quem é Nego Di?
O comediante ganhou projeção nacional após sua polêmica passagem pelo reality show Big Brother Brasil em 2021, quando foi eliminado, na terceira semana de confinamento, com 98,76% dos votos do público. Até hoje, ele é o segundo participante mais rejeitado na história da atração televisiva, atrás apenas de Karol Conká, que saiu do programa, na mesma edição, com 99,17% dos votos.
O ex-BBB já também se envolveu em episódios controversos ao longo dos últimos anos. Assim que entrou no BBB 21, ele avisou aos colegas que se considerava um “homem machista, racista, homofóbico e gordofóbico”, mas que vinha tentando mudar a própria postura. Pouco antes de entrar no reality show, em uma live nas redes sociais, ele gerou revolta ao minimizar a fala de um influenciador digital que havia sido criticado por suposta apologia ao estupro.
Em 2022, propagou falas transfóbicas contra Linn da Quebrada, participante do BBB 22. No ano seguinte, após se tornar alvo de um processo movido por Jojo Todynho, foi obrigado a excluir um vídeo em que dizia a cantora “parecia ter engolido todo mundo”, ao comentar sobre o corpo dela. (O Globo Online)