Operadora de jogo de Macau SJM já perdeu 1,5 bilhões de euros

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) já sofreu prejuízos no valor de 11,8 bilhões de dólares de Hong Kong (cerca de 1,5 bilhões de euros) desde o início da pandemia de covid-19.

A SJM anunciou num comunicado à bolsa de valores de Hong Kong, que teve um prejuízo de 1,9 bilhões de dólares de Hong Kong (243 milhões de euros) no terceiro trimestre do ano, mais 51,8% do que no mesmo período.

A operadora de jogo, fundada pelo já falecido magnata do jogo Stanley Ho, já perdeu 4,65 bilhões de dólares de Hong Kong (596,5 milhões de euros) nos primeiros nove meses de 2022, mais do que em todo o ano passado.

Balanços que contrastam com os ganhos registrados no ano pré-pandêmico de 2019, quando a operadora apresentou lucros de 3,2 bilhões de dólares de Hong Kong (410 milhões de euros).

A SJM, que opera 23 dos 42 cassinos em Macau, revelou hoje que as receitas do jogo caíram quase 60% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021.

A economia de Macau, fortemente dependente dos cassinos e do turismo chinês, sofreu uma redução significativa de visitantes em junho e julho, devido ao pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, que levou mesmo as autoridades a decretarem um confinamento parcial, que determinou o encerramento dos cassinos durante quase duas semanas.

As receitas do jogo em Macau perderam em julho 95,3%% em termos anuais, fixando-se em 398 milhões de patacas (49,6 milhões de euros), o pior resultado desde 2003.

As receitas arrecadadas pelos cassinos em julho caíram para o valor mais baixo desde que a Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos começou a recolher dados mensais, em janeiro de 2003, numa altura em que a cidade tinha apenas um operador de jogo.

De acordo com os números da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ), nos primeiros nove meses de 2022, os cassinos arrecadaram 31,8 bilhões de patacas (4 bilhões de euros), menos 53,1% do que em igual período do ano passado.

Apesar dos prejuízos, o diretor executivo da SJM, Ambrose So Shu Fai, disse no comunicado que a empresa está otimista face “ao início de uma gradual liberalização das viagens para Macau”.

A Administração de Imigração chinesa anunciou hoje que irá voltar a emitir, a partir de terça-feira, vistos eletrônicos para visitas a Macau, suspensos desde o início da pandemia.

Ambrose So disse ainda que a SJM está confiante na obtenção de uma nova licença de exploração de jogos em cassino em Macau, com um prazo máximo de dez anos, através de um concurso público lançado em julho.

Apesar das três concessionárias (SJM, Galaxy e Wynn) e três subconcessionárias (MGM, Venetian e Melco) terem acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes, todas as seis empresas apresentaram propostas.

O concurso para licenças em Macau, o único local na China onde o jogo em cassino é legal, atraiu ainda uma sétima concorrente, ligada ao grupo malaio Genting Malaysia Berhad, que opera cassinos em Singapura, Malásia, Filipinas, Reino Unido e Estados Unidos. (SAPO.pt com Agência Lusa)