Os três pedidos do presidente da CBF a Lula para evitar manipulações em apostas esportivas
Nesta quarta-feira, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Flávio Dino, pedindo que a Polícia Federal passasse a investigar os casos de manipulação de apostas. A solicitação foi atendida. Mas, esse não foi o primeiro ofício da CBF enviado ao Governo Federal. No final de abril, dias após a Operação Penalidade Máxima II ser desencadeada, Ednaldo enviou um ofício de três páginas ao presidente Lula, sugerindo medidas a serem adotadas pelo Executivo para coibir as fraudes.
No documento, escrito após uma Assembleia-Geral da entidade, Ednaldo pede que o governo brasileiro passe a ser signatário da Convenção Macolin e que o Itamaraty trabalhe em conjunto com a ONU para que seja implementado no Brasil o programa conta a corrupção no esporte, que já é adotado em outros países. Além disso, sugeriu que o Brasil participe de ações, também da ONU, que capacitam agentes públicos e outros, sobre mecanismos de colaboração, regulação e políticas públicas.
A Convenção de Macolin, que trata sobre a manipulação de competições esportivas, foi criada em 2014 pela Conselho da Europa, e atualmente conta com o compromisso de adesão de 33 países, inclusive de fora do continente. O objetivo do grupo é criar instrumentos jurídicos internacionais para combater o problema das manipulações. A CBF considera que passar a integrar o grupo pode ajudar o Brasil a implementar uma plataforma nacional de integridade desportiva.
Sobre a ONU, o pedido é para que o Itamaraty atue ao lado do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que tem uma unidade no Brasil, mas não tem nenhum projeto sobre esportes, dentro os 15 programas que estão sendo desenvolvidos no país. A sugestão é que haja um diálogo para que o programa global de salvaguarda do esporte contra a corrupção seja incentivado no Brasil.
E por fim, foi feita a solicitação de que o governo promova treinamentos do Programa de Excelência em Segurança, Governança e Integridade no Esporte, desenvolvido pelo Instituto de Treinamento e pesquisa das Nações Unidas (UNITAR), em conjunto com o Centro Internacional de Segurança no Esporte (ICSS). O objetivo do programa é capacitar gestores públicos, legisladores e tomadores de decisão sobre os mecanismos existentes de cooperação, regulação, políticas públicas, entre outros. (Panorama Esportivo – Globo Online)