Portugueses nunca apostaram tanto nos jogos da Santa Casa

Loteria I 05.05.17

Por: sync

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As vendas brutas dos jogos sociais atingiram os 2,7 bilhões de euros em 2016, traduzindo um aumento de 24% em relação ao faturamento do ano anterior, que representa o maior valor de todos da história da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Este crescimento levou que as antidades beneficiárias dos jogos tenham recebido também o montante mais elevado da história: 672 milhões de euros (mais 11,4% do que em 2015).

Só a Raspadinha, que é cada vez mais o jogo preferido dos portugueses, foi responsável por quase metade do valor das apostas no ano passado, com um total de 1,3 mil milhões. Número que traduz um aumento de 23,3% em relação a 2015. O jogo que mais cresceu foi, no entanto, o Placard. Criado em 2015, absorveu 385,4 milhões de euros e representa já cerca de 14% das vendas totais.

As apostas mútuas (Euromilhões, Totobola, Totoloto, Milhão e Joker) mantêm a tendência de queda registrada nos últimos anos, e representam agora apenas pouco mais de 34% do total. Em relação ao Totobola, que, depois de ter registrado um crescimento em 2015, voltou a perder apostadores, no ano passado representou apenas 9,2 milhões de euros, ou seja, menos 18,5% do que no ano anterior.

Em declarações a imprensa, o provedor da Santa Casa, Santana Lopes, contesta a ideia de que os portugueses são viciados no jogo, até porque “o valor médio das apostas manteve-se nos 2,5 euros”. “Há décadas que os portugueses jogam e o volume de apostas tem subido, mas julgo que também se liga à confiança que os portugueses têm no destino das verbas que vão para os jogos sociais”, afirmou. Falando na apresentação dos relatórios de gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Santana Lopes salientou que as “contas estão sólidas e robustas” e que “excederam largamente ao previsto”.

Os resultados líquidos foram “muito bons”, destacou ainda o provedor da Santa Casa, referindo-se aos 21,1 milhões de euros alcançados no ano passado (mais 15,3 milhões face a 2015. Um “lucro” que resultou não só do aumento dos resultados dos jogos sociais, mas também do “controle eficaz da despesa corrente, nomeadamente em compras, fornecimentos e serviços externos cujos gastos baixaram 4,1% para 56,4 milhões.

Apesar da sustentabilidade financeira da Santa Casa estar garantida, o provedor assegurou que a instituição “não repousa sobre a solidez das contas” e vai continuar a diversificar as suas fontes de receita, nomeadamente ao nível do patrimônio e no desenvolvimento das apostas hípicas, previstas para o primeiro semestre de 2018, e na renovação dos jogos tradicionais, como o Totobola. Santana Lopes fez questão de frisar ainda que os resultados obtidos permitiram reforçar as políticas de apoio na área da saúde, ação social, investigação, cultura, património, entre outras.

Boas premiações

O dinheiro que os portugueses apostam é, em parte, devolvido à sociedade. Uma outra “fatia” é para prêmios, quando os apostadores têm sorte ao jogo.  Só no último ano os prêmios atribuídos totalizaram 1,668 milhões de euros, mais 372,4 milhões de euros do que em 2015, diz a Santa Casa. “Em 2016 a parcela das vendas brutas destinada a prêmios foi de 60,1%, após ter-se registrado um peso relativo de 57,8% em 2015 e de 56,7% em 2014”, nota.

A Santa Casa diz que “2016 foi mais um ano marcado pela distribuição de muitos e grandes prêmios aos portugueses”. Muitos milhares de milhões para vários apostadores, alguns deles com retornos de outro mundo, especialmente no Euromilhões (que deu cinco primeiros prêmios em Portugal, num valor global de mais de 219,5 milhões de euros). Com apenas uma aposta de seis euros, um apostador ganhou mais de 73 milhões. Ou seja, um retorno de 1.216.704.517%.

Se o maior prêmio do Euromilhões gerou um retorno tão elevado, o segundo maior foi obtido com uma aposta de apenas um euro no Joker: 726.899.300%, ao pagar 7,26 milhões de euros. O Placard deu um prêmio de 25.113 euros, mas foi precisa uma aposta de 50 euros. Ainda assim, o retorno ascendeu a 50.126%. (Com Dinheiro Vivo e EcoPT)

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