Prefeito e deputado estadual são investigados por lavagem de dinheiro em casas lotéricas em PE

Lotérica I 13.11.20

Por: Magno José

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JFPE confirmou, nesta quinta (12), que o prefeito de Itamaracá, Mosar Tato (PSB), e Guilherme Uchôa Júnior (PSC), filho do ex-presidente da Alepe Guilherme Uchôa, estão entre os alvos da Operação Mapa da Mina, deflagrada pela PF, na quarta (11)

 

A Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) confirmou, nesta quinta (11), nomes de políticos investigados pela Polícia Federal pelo uso de casas lotéricas para lavar dinheiro de cofres públicos e de corrupção. São eles: o prefeito de Itamaracá (Grande Recife), Mosar Tato (PSB), e o deputado estadual Guilherme Uchôa Júnior (PSC), filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alepe) Guilherme Uchôa, que morreu em 2018.
Os dois foram alvo da Operação Mapa da Mina, deflagrada na quarta (11), pela Polícia Federal, em várias cidades do estado. As informações sobre o envolvimentos dos políticos estão contidas em oito documentos com decisões da JFPE, divulgadas nesta quinta.
Além dos políticos, segundo a JFPE, foram alvo de mandados de busca e apreensão a viúva de Guilherme Uchôa, Eva Lúcia Goes Uchôa Cavalcanti Barbosa, e a filha do ex-deputado e esposa do prefeito de Itamaracá, Giovana Maria Góes Uchôa Cavalcanti Barbosa.
A Justiça Federal também confirmou o envolvimento do policial Pércio Araújo Ferraz e de Renato Correia de Lima, apontados como líderes da quadrilha. Pelo menos R$ 30 milhões teriam sido desviados pelo grupo.
Na quarta-feira, entre os bens apreendidos, segundo a PF, estavam carros de luxo das marcas BMW e Land Rover, além de documentos. Os mandados foram autorizados pela 13ª Vara Federal de Pernambuco. O processo tramitava em sigilo de Justiça, mas a divulgação dos nomes dos envolvidos foi autorizada.
A operação apurou que a quadrilha teria o apadrinhamento do ex-deputado estadual Guilherme Uchoa. Segundo a JFPE, como presidente da Alepe, o ex-parlamentar facilitava o acesso das empresas Alforge e Alfoservice a prestações de serviço a órgãos públicos, por meio do direcionamento de licitações.
Também foram identificados indícios de participação nos crimes as empresas FRV Soluções Terceirizadas, R&E Prestação de Serviços e Bunker Segurança e Vigilância Patrimonial Eirelli. Ao todo, mais de R$ 12 milhões foram transferidos das contas dos investigados para as loterias da família de Guilherme Uchôa.
As lotéricas investigadas são as seguintes:
– Loteria RioMar LTDA: pertence a Mosar Tato, Giovana Uchôa, e ao o filho deles, Mosar de Melo Uchôa Cavalcanti Barbosa, e à viúva de Guilherme Uchôa, Eva Uchôa
– Loteria Sonho Meu LTDA: pertence a Eva Uchôa e a Guilherme Uchôa Júnior
– Sonho Certo Loteria LTDA: pertence a Eva Uchôa e a Mosar Tato
– Show Loterias LTDA: pertence a Eva Uchôa, Mosar Tato e a Guilherme Uchôa
– Mapa da Mina Loteria LTDA: pertence a Eva Uchôa e Guilherme Uchôa Júnior.

Leia mais sobre o esquema e as operações e assista aos vídeos no G1 Pernambuco.

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