Presidente do Vila Nova relembra denúncia de apostas e dispara: ‘Esperava tudo diferente’

Há pouco mais de um ano, o futebol brasileiro virou as atenções para a Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás para investigar a participação de jogadores profissionais em esquemas de apostas esportivas. A ação se deu após denúncia de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova-GO, clube que identificou manipulação em três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022, registra entrevista a Rádio Itatiaia.
A primeira fase da investigação começou em fevereiro de 2023, seguida pela segunda fase em abril do mesmo ano. Até então, quase 20 jogadores foram denunciados, além de apostadores e membros de uma organização criminosa investigados pelo MP-GO.
Dentre as punições aos atletas, estão incluídas multas de mais de R$ 100 mil e até mesmo o banimento do esporte em alguns casos. Pouco mais de um ano depois, Hugo Jorge Bravo avaliou as consequências das investigações e se mostrou decepcionado.
“Sinceramente, eu esperava tudo diferente. Recentemente, acho que nos Estados Unidos, um atleta de basquete envolvido com apostas foi banido, e assim tinha que ter sido. O Brasil demonstra no esporte que é um país conivente com a vagabundagem. Você vê atletas que tiveram penas completamente distintas umas das outras, não teve equidade nenhuma, e uma coisa dessa gravidade teria que ter sido conduzida de forma muito mais rígida para servir de exemplo”, afirmou com exclusividade à Itatiaia.
O presidente do Vila valorizou o trabalho do MP-GO e do judiciário goiano nas investigações, mas no âmbito desportivo, afirmou que tudo não passa de “uma piada”.
“Temos que tomar vergonha na cara, não só no futebol, e por isso não criamos exemplo para punir o vagabundo”, lamentou.
Hugo Jorge Bravo reforçou a necessidade e importância de todos os dirigentes esportivos do país, na condição de cidadãos, sempre relatar e denunciar qualquer caso ligado a apostas no futebol. “O recado que a gente dá para os jogadores é que aqui não é lugar de ‘sem vergonha”, disparou.
A Operação Penalidade Máxima chegou à terceira fase no fim do ano passado, com novos mandados de apreensão em cinco estados brasileiros. Todas as divisões do Campeonato Brasileiro segue sob análise, assim como competições regionais pelo país. Bravo, entretanto, não vê esperanças a longo prazo no cenário nacional.
“Desejaria que pessoas envolvidas com isso fossem banidas do esporte, mas creio que, pelo fato de o ápice ter passado, não acredito em muita coisa”, finalizou.