Publicitário transforma paixão do esporte em negócio
“Nós transformamos a paixão em negócio”. A frase é do fundador da agência de marketing Neo Brands, João Gallucci Rodrigues, 25 anos. A “paixão” a qual se refere é o esporte.
O objetivo da empresa é mudar as perspectivas e fazer com que os times e esportistas entendam a importância da publicidade, sempre dando valor a quem será o “garoto propaganda” da vez. A marca está no mercado desde 2021.
Rodrigues contou sua trajetória no PodSonhar, podcast dedicado ao empreendedorismo jovem brasileiro. O programa é apresentado por Miguel Carvalho.
Apostas esportivas
Como alguém que está no mercado, João Rodrigues tem muito entendimento sobre o funcionamento do mercado de apostas esportivas. O tema esteve em pauta na cúpula econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encabeçada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). O governo quer estipular a seguinte regra: quem quiser fazer propagandas em território nacional precisará pagar R$ 30 milhões de licença. Também propõe 15% de taxação para as empresas.
Rodrigues se posiciona contrário à ideia de Lula. Segundo ele, os valores da taxa são altos. Criaram um dilema para as casas: ou elas pagam a taxa e apertam os orçamentos com publicidade, ou não pagam e ficam sem anunciar.
O corte de incentivo ainda pode prejudicar os próprios times. Muitos são patrocinados por esse tipo de companhia.
“A longo prazo, o Brasil poderia ganhar mais com uma licença mais barata agora e um imposto sobre o lucro maior”, disse Rodrigues.
Sua preocupação é que a situação se assemelhe ao que se deu com os bancos digitais, que ao serem taxados para operar no país diminuíram os gastos com divulgação.
CBF e a propaganda
Atualmente, não há regulação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre como os times devem se relacionar com anunciantes e quantas marcas podem atuar por clube.
Essa carência de regulamento pode levar ao empobrecimento tanto do time quanto do produto anunciado, avaliou Rodrigues. Não há um limite de marcas que podem anunciar por clube.
O executivo citou como exemplo os uniformes de corredores de Fórmula 1, preenchidos pelos logos de várias marcas.
Ao mesmo tempo que a roupa fica poluída de informações, a marca perde espaço e atenção em meio a tantos outros patrocinadores, analisou.
Uma solução seria determinar o número máximo de publicidade por roupa de time. Rodrigues ainda propõe dar a opção de colocar ou não o nome do patrocinador na blusa e a CBF compensar pela perda de dinheiro.