Tesouro perdido por brasileiro tem até prêmios de loterias

Loteria I 20.02.17

Por: sync

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A universitária Yasmin de Meira, 29, está ansiosa para resgatar cerca de R$ 400 da conta inativa do FGTS. “Vou usar para investir em meu projeto de conclusão de curso de designer de produtos”, conta. Esse dinheiro totalmente inesperado é uma surpresa que vai ajudar pelo menos 30 milhões de brasileiros, que devem sacar R$ 30 bilhões. Nem todos terão a sorte de Yasmin de poder contar com um dinheiro extra, mas, além do FGTS, existem muitos outros tesouros esquecidos por aí.

Só de moedinhas, aquelas perdidas em fundos de bolsas e trancafiadas em cofrinhos, existem quase R$ 2 bilhões fora de circulação. Até prêmio de loteria as pessoas se esquecem de resgatar. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, no ano passado R$ 22,46 milhões deixaram de ser buscados, considerando todas as loterias. O ganhador tem até 90 dias para buscar o prêmio. Quando isso não acontece, o dinheiro é repassado para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Só para se ter uma ideia, com exceção da Federal, as demais loterias sortearam R$ 4,3 bilhões em 2016.

Tem ainda os abonos do PIS/Pasep. Em dezembro do ano passado, 935 mil trabalhadores ainda não tinham buscado o benefício de um salário mínimo referente a 2014, o que na época totalizava R$ 822,8 milhões.

Mesmo para quem não tem nem abono, nem prêmio esquecido ou saldo em conta inativa, ainda há um segredo para achar uma graninha extra. Segundo o ‘coach financeiro’ Leonardo Batistella, um dos fundadores do site Jornada do Dinheiro, o maior tesouro pode estar mais fácil de ser descoberto do que se pensa: nos próprios gastos. Ele afirma que, se pelo menos uma vez por ano as pessoas se sentassem para esquematizar suas despesas e receitas, veriam para onde seu dinheiro está indo. “Infelizmente, acredito que só 15% das pessoas façam orçamento doméstico. Imagina um cafezinho todo dia? Acredito que essas despesas desnecessárias consomem de 10% a 15% do orçamento, que poderia ser economizado se cada um fizesse as contas”, destaca Batistella.

Um cafezinho custa em média R$ 1. Considerando um por dia, de segunda a sexta-feira, são R$ 20 por mês e R$ 240 por ano. “É claro que cada caso é diferente, mas, quando calculamos esses gastos desnecessários ao fim de um ano, conseguimos ver o quanto pesam”, diz. Vasculhar as contas de telefone e os contratos de tarifas bancárias são outros atalhos para achar vazamentos nas finanças. “É muito comum as pessoas contratarem pacotes com serviços superiores aos que realmente usam. É sempre bom avaliar e negociar.”

Moedinhas

Sem girar. Até o momento, o Banco Central emitiu R$ 6,2 bilhões em moedas. Estimativas do Banco Central calculam que cerca de 30% estão fora de circulação, o que daria R$ 1,9 bilhão.

Dívidas e reserva vêm primeiro

Dos R$ 43,6 bilhões que estão parados em contas inativas no FGTS, o governo espera que pelo menos R$ 30 bilhões sejam sacados com destino ao consumo. Mas, com o endividamento em alta, as contas não devem ser exatamente assim. “Para quem tem algum tipo de dívidas, a prioridade deve ser ficar livre delas. Já aqueles que não devem nada, podem usar esse recurso extra para começar uma reserva de emergência, um ponto de partida para continuar a economizar depois”, afirma o professor de ciências contábeis do Ibmec Bruno de Araújo.

Ele destaca que a aposentadoria é outro caminho importante. “No cenário em que vivemos, se aposentar é algo cada vez mais distante, com um benefício cada vez menor. Então, é uma boa oportunidade para aplicar o saldo do FGTS”, alerta.

O consumo é a última opção indicada pelo economista. “É claro que cada caso é um caso. Normalmente, os conselhos são para economizar. Mas, se a pessoa não tiver dívida e já tiver alguma reserva, deve usar pelo menos parte para comprar algo que deseja”, afirma. (O Tempo – Queila Ariadne – MG)
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