Trabalhadores do Bingo do Boavista em protesto no Porto
No dia 12 de julho, os trabalhadores do Bingo do Boavista estiveram mais uma vez em luta pelos seus salários e postos de trabalho. A concentração aconteceu junto à Câmara do Porto, para pressionar a autarquia a intervir.
São mais de 60 os trabalhadores que há meio ano aguardam uma solução para a sua situação profissional: estão sem salário desde o início do ano e ainda não receberam metade do subsídio de Natal de 2020. A maioria dos trabalhadores suspendeu o contrato para poder ter acesso aos apoios da Segurança Social, vivendo com rendimentos bastantes inferiores aos que teriam se estivessem trabalhando.
No dia 16 de junho aconteceu uma reunião entre o Sindicato da Hotelaria do Norte (SHN) e a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.
Em declarações à imprensa durante este protesto, o dirigente sindical Nuno Coelho afirmou que espera que nesta reunião seja encontrada uma solução para a reabertura do Bingo do Boavista no Porto, que passe pela garantia dos 62 empregos. O sindicalista deseja que o Governo designe uma entidade para reabrir de imediato a exploração do Bingo (que não a atual concessionária), e que abra também um concurso para nova concessão.
Nuno Coelho afirmou que o Bingo do Boavista “é dos mais rentáveis do país, que pode gerar 400 mil euros mensais” e só não reabre por descumprimentos para com o Estado da concessionária, a Pefaco.
Esta é a segunda vez que os trabalhadores recorrem à autarquia, onde já estiveram também no dia 14 de junho.
O Bloco de Esquerda tem acompanhado de perto esta situação. No dia 21 de junho, o deputado José Soeiro reuniu com os trabalhadores do Bingo do Boavista, tendo já endereçado uma pergunta (link is external) ao Governo sobre esta situação.
O Bingo do Boavista situa-se na Avenida da Boavista, no Porto. Esta sala de jogo encontra-se concessionada à Pefaco Portugal, uma sucursal portuguesa da empresa com o mesmo nome, sediada em Barcelona e que opera na área da hotelaria e do jogo, com especial incidência para o continente africano.
Em Portugal, a Pefaco recebeu em 2016 a concessão de exploração de cinco casas de bingo, situadas em Nazaré, Odivelas, Porto, Olhão e Coimbra, tendo continuado a expandir-se nos anos seguintes. Em apenas três anos, as dívidas desta empresa ao Estado ultrapassavam os 4,9 milhões, tal como noticiado pelo jornal Público (link is external). A Pefaco não pode recorrer aos apoios públicos, devido às dívidas para com o Estado português. (Esquerda.net)