Artigo contrário ao jogo legal dos advogados da OAB-RJ é ‘Complexo de Vira-Lata’

A revista da OAB-RJ usa a editoria ‘Ponto contraponto’ para discutir quais são os argumentos a favor e contra a liberação dos jogos no país, que está sendo discutida pelo Congresso Nacional.
A publicação veicula dois artigos, sendo o favorável ‘A quem interessa manter a ilegalidade?’ tem a assinatura do advogado e ex-dirigente da Loterj, Paulo Horn e o contrário ‘Meio fácil para a prática de crimes financeiros’ é assinado pelos advogados Thiago Jordace e Alexander Medero.
Horn usa excelentes argumentos para defender o jogo legal e apresenta os mecanismos previstos na lei aprovada pela Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano.
O que surpreende são os cinco argumentos precários elencados pelos advogados contrários ao jogo legal. Vamos aos fatos e as respostas:
- Ao contrário que preconizam, o jogo legalizado não é um ambiente fácil de praticar e oculta capital.
- Repetem a bobagem que o ambiente de jogo é propício a lavagem de dinheiro. Lavar dinheiro em jogo é caro e arriscado.
- Os conflitos de ‘grupos violentos’ existem exatamente porque o jogo é ilegal. Como nos ensina o ministro ‘terrivelmente’ evangélico do STF, André Mendonça: “Onde não há Estado, há crime organizado”
- Parcela da população (3%) já tem compulsão pelo jogo, pois ele já existe. O que não temos são políticas públicas para tratar esses ludopatas porque o jogo é ilegal. Ou seja, pune-se 97% dos cidadãos que tem uma relação saudável com os jogos.
- O jogo legal não será responsável pela perda de foco em atividades saudáveis.
- Tenho dificuldades em entender como o jogo legal pode afetar a ‘solidariedade’.
Além disso, pelos argumentos apresentados, parece que o jogo no Brasil vai começar no dia que o Congresso aprovar a legalização desta atividade.
Nelson Rodrigues dizia que nós brasileiros temos “complexo de cachorro vira-lata devido a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Se outros países conseguiram fiscalizar e controlar esta atividade, por que o Brasil não conseguirá?