CPI vai ouvir testemunhas sobre investigação contra o Patrocinense

Apostas I 08.07.24

Por: Magno José

Compartilhe:
CPI das Apostas Esportivas no Senado muda de nome
A CPIMJAE ouve nesta terça-feira (9) o ex-árbitro de futebol Manoel Serapião Filho, o ex-oficial do VAR Rômulo Meira Reis e William Pereira Rogatto, investigado pelo MP e pela PF por suspeita de manipulação de jogos. Na quarta-feira (10), será a vez de Roberto Avatar, o presidente do Clube Atlético Patrocinense de Minas Gerais

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE) vai ouvir nesta quarta-feira (10), a partir das 14h, Roberto Avatar, presidente do Clube Atlético Patrocinense, de Minas Gerais. Ele vai falar como testemunha sobre a suspeita de manipulação em jogo no dia 1º de junho, quando o Patrocinense perdeu por 3 a 0 para o Inter de Limeira, no Estádio Major Levy Sobrinho.

O requerimento (REQ 87/2024 – CPIMJAE) foi apresentado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI. Segundo ele, a partida está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) com base em ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mencionando um relatório da empresa Sportradar.

“Este relatório apontou que a movimentação das casas de apostas indicava conhecimento prévio de que o Patrocinense perderia o primeiro tempo por ao menos dois gols. Este comportamento sugere a possibilidade de manipulação de resultados. Segundo a Sportradar, 99% da tentativa da rotatividade no mercado de ‘totais de gols do primeiro tempo’ para esta partida foi para o resultado que se concretizou, levantando sérias dúvidas sobre a integridade da competição”, afirmou Kajuru no requerimento.

Segundo ele, a PF revelou que uma empresa de apostas teria firmado parceria com o Patrocinense para influenciar o resultado da partida e diversos jogadores agenciados pela empresa foram contratados pelo clube mineiro. Devido às denúncias, os policiais federais já realizaram 11 mandados de busca e apreensão em Patrocínio (MG), São José do Rio Preto (SP), Tanguá (RJ) e Nova Friburgo (RJ), além das capitais São Paulo e Rio de Janeiro

Kajuru também é o autor do requerimento (REQ 85/2024 – CPIMJAE) convidando para a mesma audiência pública o representante da empresa Air Golden, Anderson Ibrahim, também como testemunha. Na época da partida, a gestão do futebol do Patrocinense era realizada pela Air Golden. A parceria entre as duas partes foi desfeita um dia após o jogo. O senador goiano informou que Ibrahim teria se recusado a falar com a imprensa sobre a quebra de contrato, seguindo orientações do departamento jurídico da empresa.

CPI ouve ex-árbitro, ex-oficial de VAR e empresário acusado de manipular jogos

Na reunião da terça-feira (9) a CPI colherá três depoimentos, a partir das 15h30. Na primeira parte da reunião, serão ouvidos o ex-árbitro de futebol Manoel Serapião Filho e o ex-oficial do VAR Rômulo Meira Reis. Em seguida, deporá William Pereira Rogatto, que é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal por suspeita de participar da manipulação de jogos.

Ex-árbitro FIFA, Manoel Serapião Filho comparecerá à CPI após aprovação de requerimento do senador Carlos Portinho (PL-RJ). De acordo com o senador, Serapião é um dos idealizadores do VAR no Brasil e deverá falar sobre obrigações impostas pela Confederação Nacional do Futebol (CBF) aos árbitros. Rômulo Reis também foi convidado à CPI por requerimento de Portinho.

“Rômulo Meira Reis, em sua função anterior como oficial de integridade do VAR, possui conhecimentos técnicos e práticos sobre os protocolos e procedimentos associados à operação do sistema. Sua convocação como testemunha permitirá que esta CPI obtenha esclarecimentos valiosos sobre questões como a formação e treinamento dos árbitros de vídeo, a aplicação consistente dos protocolos do VAR e eventuais medidas adotadas para garantir a imparcialidade e transparência nas decisões arbitrais”, afirma Portinho.

Já William Rogatto presta depoimento à CPI por requerimento do relator do colegiado, o senador Romário (PL-RJ).

De acordo com o Ministério Público, afirma Romário, Rogatto se apresenta como empresário de atletas, “mas que tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas”.

Já a Polícia Federal tem investigação que mostra mensagens de Rogatto “mencionando pagamentos a jogadores aliciados, realizando apostas fraudulentas e conversando com interlocutores sobre os lucros obtidos”, registra Romário.

“William Rogatto se destaca por conduzir, durante ao menos quatro anos, um poderoso esquema de manipulação de resultados no futebol com atuação nos estados de São Paulo, Sergipe e Distrito Federal, o que o levou a figurar com destaque em duas das mais importantes operações de investigação conduzidas no Brasil. Por esses motivos, torna-se imprescindível que esta CPI colha o depoimento do senhor William Pereira Rogatto”, acrescenta Romário.

 

Comentar com o Facebook