Cúpula de Integridade Esportiva debate o esquema de manipulação de resultados através de apostas
A Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte – Abradie foi parceira da International Governance and Risk Institute – GovRisk e da Genius Sports na 2ª Cúpula da Integridade Esportiva Brasileira, que foi realizada nesta quinta-feira (11) no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.
Especialistas debateram ações para identificar e controlar os riscos associados à manipulação de resultados e à corrupção nos esportes. Foram discutidas as melhores práticas globais na regulamentação de apostas esportivas e tecnologias inovadoras para proteger o esporte brasileiro de forma mais eficaz contra as ameaças de corrupção relacionadas a apostas.
O evento foi recheado de boas palestras e debates sobre o tema e contou com a simbólica abertura do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Lélio Bentes Corrêa.
Entre os participantes estão Juliana Picoli Agatte, Secretária Executiva do Ministério do Esporte; José Francisco Manssur, Assessor Especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, co-autor do texto da Lei 14.193/2021 – Lei das Sociedades Anônimas de Futebol – S.A.F e responsável pela regulamentação das apostas esportivas.
Limitação de apostas em eventos específicos
Durante a Cúpula da Integridade, o ex-procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, registrou que as empresas de monitoramento de crise falharam no acompanhamento do caso denunciado pelo Ministério Público de Goiás e sugeriu limitar de alguma forma os ganhos com eventos das partidas, como cartões amarelos e escanteios.
O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal – IJL, Magno José também participou do evento e comentou sobre a dimensão do problema, os riscos e as consequências para a credibilidade do futebol, que poderá se estender para as plataformas de apostas.
Segundo o dirigente, o presidente de um grande instituto de pesquisa comentou que este escândalo da manipulação pode ser devastador para o ecossistema dos jogos, apostas e loterias, podendo inclusive afetar o processo de legalização dos jogos pelo Congresso Nacional.
O presidente do IJL sugeriu que todas as plataformas retirem do mercado as opções de apostas que tenham interação humana por um período de tempo como escanteios, laterais, cartões amarelo e vermelho e pênaltis e que se divulgue a decisão através da grande mídia e publicidades pagas.
“Creio que esse é o grande desafio que o momento exige das plataformas de apostas”.
Após o evento, o presidente da entidade apurou que essas modalidades geradoras da crise pelos manipuladores representam menos de 2% da arrecadação das plataformas e em muitos países elas não são ofertadas.