Debate sobre a legalização dos jogos continua na editoria Leitores do O Globo

Opinião I 15.10.21

Por: Elaine Silva

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Assinantes interessados em participar do debate devem encaminhar as opiniões para a seção Leitores através de e-mail

Nos dois últimos dias a editoria de Cartas dos Leitores do O Globo publicou quatro cartas sobre o artigo “Hipocrisia versus realidade dos jogos de azar” de autoria dos deputados João Bacelar e Felipe Carreras. Os argumentos elencados pelos leitores contrários são totalmente defensáveis para quem conhece o mercado de jogos internacional.

Um dos leitores cita as teses do professor Earl Grinols como se ele fosse a sumidade no tema, mas não revela que o especialista que criou as ‘evidências’ contra a legalização dos jogos foi financiado nos anos 90 por igrejas e movimentos anti-jogo dos EUA.

Outra bobagem é afirmar que o jogo não é legalizado na China, mas apenas na diminuta ilha de Macau. Dois reparos: Macau fica na China e recebe em sua esmagadora maioria os jogadores chineses, que geram a maior arrecadação com cassinos no mundo.

A outra manifestação informa que o jogo não gera riqueza, mas que concentra e exporta riqueza. Na verdade, concentra nos cofres dos empreendedores dos jogos não regulados, diferente que os deputados defendem, que o Estado e sociedade sejam beneficiados desta atividade. Além disso, é de uma infelicidade total comparar o Brasil com Cuba.

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13.10.2021 – Jogos de azar

“Os deputados João Bacelar e Felipe Carreras, no artigo “Hipocrisia versus realidade dos jogos de azar” (12 de outubro) falaram somente nos lucros diretos decorrentes da legalização do jogo. Esqueceram dos custos financeiros e sociais decorrentes dos jogos de azar. Há grande número de trabalhos sobre esses custos, dentre os quais cito dois: “The hidden social costs of gambling”, de Earl Grinols (Baylor University), e “Social and economic costs and benefits of gambling” (University Calgary). Nesses artigos vê-se que a coisa não é tão simples como os autores apregoam. Eles mencionam a China como um país onde os cassinos são legalizados, mas não é bem assim, pois só na diminuta Macau existem cassinos.” André Lion – Rio

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“Dois nobres deputados redizem as supostas vantagens de se legalizar, controlar e depurar os jogos de azar (embora ninguém tenha conseguido ainda fazer isso).

No entanto, se esquecem do fato que os jogos não produzem nenhuma riqueza real (bens e serviços), apenas concentram e exportam riqueza financeira através de cassinos estrangeiros que, com certeza, logo operariam por aqui, como ocorria em Cuba, por exemplo.” Renato Vilhena de Araújo – Rio

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14.10.2021 – Façam suas apostas

“Análise perfeita dos deputados João Bacelar e Felipe Carreras no O Globo (“Hipocrisia versus realidade nos jogos de azar”). Muito bem analisado sobre os benefícios que a legalização traz ao país. O Brasil não pode prescindir dessa receita que há muitos anos, não se sabe por quê, negligenciou. Joga-se de norte a sul, fora os brasileiros que vão fazer turismo lá fora para jogar, Felizmente, o Congresso discute essa pauta que é muito importante para o Brasil, acabando com a sonegação.” Gilson Carlos de S. Martins – Rio

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“Já passou da hora de o Brasil legalizar o jogo, Além dos milhares de empregos criados direta e indiretamente, os impostos arrecadados poderiam ser destinados exclusivamente à saúde e à educação dos brasileiros. Com os meios de controle fiscal que se tem hoje, os riscos de os cassinos serem usados para lavar dinheiro são mínimos. Caso isso ocorresse, a legislação para legalizar os jogos teria que prever punições severa aos criminosos” Carlos Fabin Seixas de Oliveira – Rio

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Os assinantes interessados em participar do debate através de cartas para O Globo, devem encaminhar as opiniões contendo telefone e endereço do autor para a seção Leitores através do e-mail: cartas@oglobo.com.br.

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