Deputado defende votação remota do projeto dos jogos: “Discussão exaustiva”

Destaque I 09.02.22

Por: Elaine Silva

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Bacelar, coordenador do grupo de trabalho criado por Arthur Lira com a missão de aprovar a proposta, voltou a defender a liberação dos jogos

O deputado federal Bacelar, do Podemos da Bahia, admitiu a O Antagonista a intenção de votar o projeto que libera os jogos de azar no Brasil em sessão remota na Câmara.

O parlamentar é o coordenador do grupo de trabalho criado por Arthur Lira em setembro do ano passado com a missão de aprovar uma proposta que libere cassinos, bingos, máquinas caça-níquel e jogo do bicho.

Perguntamos ao deputado se a votação em sessão remota não prejudica o debate em torno de um tema polêmico. Segundo Bacelar, “a discussão sobre o assunto já está exaustiva”.

“Há 30 anos esse tema tramita no Congresso. Já teve muito seminário, reunião técnica, audiência pública… É um assunto exaustivo já, a discussão sobre o assunto já está exaustiva. Eu já fico até constrangido quando sou chamado para um debate, porque já não tenho novos argumentos.”

Bacelar ainda argumentou que “os controles são confiáveis” para a votação remota do projeto — no início deste ano legislativo, Lira retomou as sessões virtuais em razão do avanço da Ômicron.

“Não vejo impedimento [para a votação do projeto em sessão remota]. A Câmara já tem know-how comprovado. Temos votado remotamente até emendas constitucionais. Se é legal e seguro, não vejo problema.”

Bacelar voltou a defender a liberação dos jogos, argumentando, por exemplo, que “não tem um país desenvolvido no mundo em que o jogo seja proibido” e “não há hipótese do não jogo em qualquer sociedade”.

De acordo com o parlamentar, o grupo pró-jogo está “conseguindo vencer a resistência” da bancada evangélica.

“Com a maioria da bancada, é uma conversa civilizada, um debate profundo. Agora, tem um núcleo duro que, até por questão de sobrevivência e de manutenção na liderança do agrupamento, radicaliza. Isso não é questão religiosa, é uma questão econômica e de liberdade.”

Em entrevista em 2021, Bacelar afirmou a este site que “o álcool vicia muito mais que o jogo e ninguém defende o fechamento do mercado da bebida”.

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