Gaeco apura suspeita de manipulação de resultados em dois jogos do Candangão 2024
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumpriu, nesta segunda-feira, 11 de março, mandados de busca e apreensão contra dois jogadores da equipe do Sociedade Esportiva Santa Maria. A Operação Fim de Jogo apura se os atletas investigados agiram de forma deliberada para manipular os placares de dois jogos realizados pelo clube durante o Candangão de 2024.
Os jogadores podem responder pelos crimes de corrupção passiva esportiva, fraude em evento esportivo, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com as investigações do Gaeco/MPDFT, no mínimo dois jogos foram criminosamente manipulados para fraudar apostas eletrônicas e as provas demonstram que os apostadores tinham conhecimento antecipado do resultado das partidas.
As investigações apontaram o envolvimento imediato dos atletas com os resultados forjados, informa o MPDFT.
Quem é o homem por trás do esquema de apostas em jogos do Santa Maria
William Pereira Rogatto é considerado principal mentor do esquema que agiu para manipular jogos do Santa Maria durante o Candangão 2024
Conhecido no mundo de apostas esportivas, William Pereira Rogatto é considerado o principal mentor do esquema que agiu para manipular placares de, ao menos, dois jogos do Santa Maria durante o Candangão 2024. Ele é um dos alvos investigados pela Operação Fim de Jogo, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nessa segunda-feira (11/3). Não há outros clubes de Brasília investigados no esquema, registra reportagem do Na Mira do Metrópoles.
Não é a primeira vez que o nome de Rogatto aparece em investigações relacionadas a compra de jogos de futebol. Em 2020, a Polícia Civil de São Paulo (PCSP) apurou informações de que o apostador, em troca de mensagens, fez propostas para atletas manipularem o resultado de partidas da Série A3 do Campeonato Paulista.
No âmbito da Operação Fim de Jogo, o MPDFT cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra atletas da equipe de futebol do Santa Maria. Os jogadores são Alexandre Batista Damasceno, que veste a camisa 13 do time, e Nathan Henrique Gama da Silva, que atua como camisa 2.
Os dois jogadores teriam agido de forma deliberada para manipular placares de ao menos dois jogos do Santa Maria, durante o Candangão 2024, segundo as investigações.
A primeira partida foi contra o Ceilândia, em 3 de fevereiro último, no Estádio Abadião. O Santa Maria perdeu por 6 x 0. No segundo jogo, no último dia 18, o time jogou contra o Gama, no Estádio Bezerrão, e foi goleado por 5 x 0.
Além do envolvimento direto dos dois atletas em todos os lances que resultaram nos 11 gols desses jogos, segundo o Ministério Público, os investigadores conseguiram provas de que apostadores com palpites cadastrados para as duas partidas em sites especializados souberam previamente dos resultados.
As investigações revelaram, ainda, que os dois atletas tinham sido apontados como suspeitos de manipular jogos quando faziam parte da equipe do Desportiva Aliança.
O Gaeco também obteve provas de que William Pereira Rogatto, um aliciador de atletas para cometimento de fraudes esportivas, está envolvido com os crimes e com a gestão do Santa Maria. Contra ele, a Justiça expediu ordens de busca, apreensão e de prisão preventiva. Contudo, elas ainda não foram cumpridas, pelo fato de o investigado morar na Europa.
As apurações podem ser ampliadas para jogos recentes. Um exemplo é a partida do último domingo (10/3), quando Santa Maria foi goleado por 7 x 1 pelo Capital, pelo Candangão. A resultado inusitado chamou a atenção e os investigadores aguardam dados sobre as apostas feitas nessa partida para conferir se há indícios de que o duelo também possa ter sido comprado.
O time do Santa Maria, que disputou o Candangão 2024, terminou na última colocação e acabou rebaixado. A operação contou com apoio do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
