Impressão é que economia de Macau vai viver “Ano Novo Chinês invernoso”

Cassino I 21.01.21

Por: Elaine Silva

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(Imagem: Pixabay)

Em causa está o fato de Pequim e depois a China terem desencorajado a população a viajar por altura do Ano Novo Lunar chinês, quando tradicionalmente tem lugar a maior migração interna do planeta, e Macau registra habitualmente um crescimento significativo do fluxo turístico e enchentes nos cassinos daquela que é considerada a capital mundial do jogo.

As recomendações, de resto, surgiram no momento em que se tem assistido na China continental a um aumento de casos, contrariando a ideia de que o país tinha a situação pandêmica completamente controlada, até porque a maioria dos contágios resulta de surtos locais.

“As recomendações (…) e o aumento dos casos na China a impressão que temos é que vamos ter um Ano Novo Chinês invernoso”, estimou Sales Marques, agora que se assinala um ano desde que o território registrou o primeiro caso de covid-19, mas está há cerca de sete meses sem identificar qualquer contágio.

“É muito cedo para tirar conclusões, mas a perspectiva não é muito encorajadora”, ainda que seja o “princípio do ano e se espere que, com a vacina, as previsões possam ser mais positivas”, acrescentou.

O economista sustentou que manda a prudência não se fazer qualquer tipo de prognóstico em relação ao comportamento da economia de Macau para 2021, sobretudo na área do jogo, que tem evidenciado uma recuperação tímida, mas com muitas variáveis difíceis de analisar.

“Os dados sobre o mercado VIP [grandes apostadores] não são famosos”, exemplificou.

Em dezembro, o melhor mês de 2020 durante o período da pandemia, “o peso do mercado VIP no jogo foi apenas de 26%, quando normalmente é de metade”, justificou.

Sobre as previsões do Governo de Macau de o jogo render em receitas 130 bilhões de patacas (13,4 bilhões de euros), Sales Marques admitiu a dificuldade de fazer previsões num contexto pandêmico, mas defendeu que “quando o executivo fez as projeções, obviamente que tinha elementos à sua disposição e procuraram ser razoavelmente prudentes”.

O economista duvida que este ano se venham a repetir as ajudas financeiras governamentais de 2020, sem precedentes e dirigidas à população e pequenas e médias empresas.

“Não existem mais dados de que venham a ser dados mais apoios. De resto, não está orçamentado pelo Governo, e existem expectativas de que a economia regresse um pouco à normalidade”, salientou.

Contudo, “se alguma vez a situação piorar, é evidente que o Governo terá de tomar outra atitude, admitiu.

Macau já se encontrava em recessão desde o primeiro semestre de 2019, com a contração da economia, dependente do mercado turístico e do jogo chinês, a atingir níveis recorde em 2020. O Governo de Macau estimou inclusive uma contração em 2020 de 60,9%.

Macau não registra casos há cerca de sete meses, está há quase dez meses sem identificar contágios locais e sem contabilizar qualquer morte ou infecções entre profissionais de saúde. (Notícias ao Minuto)

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