LOTEX: “Caixa quer manter a rede lotérica no passado”
Está perto de chegar um momento muito esperado pelos empresários lotéricos nos últimos nove anos. O Lançamento da Loteria Instantânea Exclusiva – Lotex no portfólio das Loterias Caixa, produto que está fora do mercado desde o ano de 2015.
Entre idas e vindas este processo se arrasta há pelo menos seis anos.
Com entusiasmo os lotéricos tomaram conhecimento da assinatura do contrato da CAIXA com um fornecedor formado por um consórcio chinês para relançar a velha ‘raspadinha’, que tanto sucesso já fez no Brasil e que ainda faz em muitos países.
Mas a alegria pode durar pouco, pois já no anúncio do breve lançamento a euforia do empresário lotérico se transformou em frustração e preocupação.
Tomamos conhecimento que a subsidiária Caixa Loterias cogita alijar toda a rede de quase 13 mil lotéricos do processo de comercialização dos produtos da Lotex, que serão vendidos de forma online.
Ou seja, é como tirar o doce da boca de criança. Esperamos tanto tempo para ter o produto e quando ele está prestes a chegar a CAIXA informa que “estaremos no baile, porém apenas em parte dele”. Estamos literalmente nos sentindo barrados no baile!
Isso é que é parceria …
Sob o inaceitável argumento que a Lotex física e a Lotex online são produtos diferentes a Caixa Loterias pretende excluir seus parceiros lotéricos da modernidade do produto.
Não podemos e não vamos aceitar essa decisão unilateral da CAIXA, por pura ganância. Inclusive, porque nesse produto vendido de forma online, dois custos principais simplesmente não existem: a impressão dos bilhetes e a logística de entrega, dois itens importantes de custo na cadeia produtiva da loteria instantânea.
Portanto, caso venha a fazer isso, a CAIXA sinalizará a seus parceiros históricos – empresários lotéricos –, que as iniciativas de produtos online não são compatíveis com a Rede que tanto faz pelo crescimento das Loterias Caixa, limitando a atuação dos lotéricos a produtos que pararam no Século XX.
Para produtos velhos nós servimos, mas para a modernidade e para o futuro o empresário lotérico é dispensável?
Como pode a CAIXA argumentar que são produtos distintos?
Se fosse um produto distinto não deveria ter processos licitatórios distintos?
Os fornecedores não seriam distintos?
O contrato com o parceiro não seria diferente?
No afã de buscar uma desculpa para defender o indefensável a CAIXA fabrica uma tese estapafúrdia para escantear seus parceiros.
Como representante de entidade de classe do meu Estado, ficarei alerta e lutarei para que os lotéricos não sejam mais uma vez prejudicados.
Espero que o bom senso prevaleça e a CAIXA inclua a rede lotérica de forma plena na Lotex. Não é possível aceitar a exclusão do mercado digital, afinal é por esse caminho que o mercado caminha.
Hoje existem modernas formas de inserção de usuários nas redes, como os programas de afiliados, indicação, revenue share ou CPA na aquisição, etc. E todos esses modelos poderiam ser adotados para incluir os lotéricos no processo de comercialização dos produtos online.
Por isso não cabe agora, na hora que o baile está começando, barrar a entrada do lotérico.
Não merecemos ter esse tratamento. Não permitiremos que o lotérico seja considerado uma subcategoria, que não tem condições de contribuir para a expansão da operação das loterias para os canais online.
Queremos respeito, merecemos respeito.
(*) Ricardo Amado Costa, é empresário lotérico, presidente do Sindicato dos Lotéricas do Mato Grosso do Sul – SINAL-MS e vice-presidente Financeiro da Federação Brasileira das Empresas Lotéricas – FEBRALOT.