Nos jogos de azar, caso do Brasil não é má sorte. É hipocrisia mesmo

Destaque I 21.11.22

Por: Magno José

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O senador Otto Alencar (PSD-BA) ressalva que é preciso fazer alguns ajustes. Do jeito que está fica parecendo que se cria uma lei para beneficiar os grandes grupos dos cassinos

E eis que já está no Senado, aprovado esta semana pela Câmara, o projeto 442/91, que legaliza o jogo do bicho e libera os cassinos no Brasil. Até parece notícia velha, não? Velhíssima, a lenga-lenga envolvendo tal projeto tem simplesmente 31 anos: em 1991, o então deputado por Santa Catarina Renato Viana o apresentou.

E eis que já está no Senado, aprovado esta semana pela Câmara, o projeto 442/91, que legaliza o jogo do bicho e libera os cassinos no Brasil. Até parece notícia velha, não? Velhíssima, a lenga-lenga envolvendo tal projeto tem simplesmente 31 anos: em 1991, o então deputado por Santa Catarina Renato Viana o apresentou, revela Levi Vasconcelos no jornal A Tarde de Salvador, Bahia.

É aí que se configura um cenário em que a religião patrocina uma grande hipocrisia nacional. O jogo do bicho foi proibido por Getúlio Vargas em 1941, e os cassinos, que vieram com o Império, na República, depois liberados até 1946, quando o presidente Eurico Dutra ouviu os apelos da primeira dama, Carmela, católica fervorosa, e vetou.

Daí é que, no Brasil, o governo tem as loterias da Caixa, a venda de jogos corre solta, mas no Congresso a oposição religiosa está firme, embora agora os patronos sejam os evangélicos, e não mais os católicos.

Mudanças — A última vez que o projeto caiu foi em 2018, derrubado por Magno Malta, então senador pelo Espírito Santo, agora reeleito, baiano de Macarani.

Será que agora vai? A pergunta aí é para o senador Otto Alencar (PSD-BA), que está lá no olho do furacão:

— Sou a favor, desde que a arrecadação de impostos vá toda para programas sociais.

Ele ressalva que é preciso fazer alguns ajustes. Do jeito que está fica parecendo que se cria uma lei para beneficiar os grandes grupos dos cassinos. — O problema é que a gente muda cá e volta para a Câmara e fica como eles querem.

Se agora a coisa vai ou a novela segue? Nem Otto sabe.

 

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