Opinião: Cassino nos Emirados Árabes comprova o atraso do Brasil
A notícia sobre a implantação de um resort integrado com cassino na ilha artificial Al Marjan em Ras Al Khaimah, Emirados Árabes Unidos foi uma grande surpresa para o mercado mundial de jogos de azar, principalmente devido a orientação religiosa predominantemente muçulmana desses países e pelas negativas do gigante dos cassinos Wynn Resorts que estaria negociando a instalação do complexo turístico.
Será a primeira vez que o jogo legalizado será permitido nos Emirados Árabes Unidos. Em comunicado, a Autoridade de Turismo e Desenvolvimento Ras Al Khaimah, o RAKTDA informou que seu objetivo era “criar uma estrutura robusta que garantirá o jogo responsável em todos os níveis”.
Mas a surpresa maior, principalmente para os brasileiros, foi constatar que os Emirados Árabes Unidos formado por sete emirados com capitais homônimas: Dubai, Abu Dhabi, Ajman, Sharjah, Fujairah, Umm Al-Qaiwain e Ras Al-Khaimah terão cassinos legalizados antes do Brasil.
A Ilha Al Marjan é um grupo de quatro ilhas em forma de coral em um arquipélago artificial localizado em Ras al-Khaimah, no Golfo Pérsico. O projeto custará cerca de US$ 2 bilhões e está programado para ser inaugurado em 2026.
Jogos de azar em países muçulmanos
De acordo com o Alcorão, os muçulmanos são proibidos de jogar. No entanto, já existem cassinos em países onde o islamismo é a religião predominante, e também vários países em todo o mundo operam cassinos com foco em suas estratégias de marketing para atração de jogadores de países de maioria muçulmana.
Apesar de maioria islâmica, países como o Líbano, Marrocos, Tunísia, Indonésia e Egito permitem a operação de jogos de azar, principalmente os cassinos. Já outros países islâmicos como a Turquia, Cisjordânia, Irã e Azerbaijão já tiveram cassinos, que foram fechados por motivos políticos e/ou religiosos.
Vanguarda do atraso
A decisão do mundo árabe em implantar cassinos resorts, comprova que o Brasil está ficando cada vez mais isolado frente ao mundo na questão dos jogos de azar legalizados. Agora estamos na companhia da Coreia do Norte e Cuba.
Enquanto isto, parlamentares evangélicos e conservadores ficam demonizando a legalização dos jogos pelo Congresso Nacional e colocando-se ao lado dos jogos ilegais.
Ficam as perguntas: qual o interesse deles? Será que isso é pecado?