Setor de fantasy games critica inclusão no ‘imposto do pecado’ e diz que atividade não é nociva

Apostas I 05.07.24

Por: Magno José

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Associação Brasileira de Fantasy Sport apoia a aprovação do PL 2797/21, que cria o Marco Legal dos Games
Jogos como o Cartola FC foram incluídos no “imposto do pecado”

A Associação Brasileira de Fantasy Sport criticou nesta quinta-feira, 4, a inclusão do setor no Imposto Seletivo, tributo previsto na reforma tributária que será cobrado de bens e serviços nocivos à saúde e ao meio ambiente. A ABFS argumenta que a atividade esportiva eletrônica estimula o desenvolvimento de habilidades mentais e de raciocínio lógico e, portanto, não se encaixaria no conceito do chamado “imposto do pecado”, registra reportagem do Estadão.

O grupo de trabalho que analisa o projeto principal da regulamentação da reforma apresentou hoje seu relatório, com a inclusão de todos os jogos de azar, virtuais e eletrônicos, no Imposto Seletivo, o que inclui apostas esportivas e loterias. O tributo também incidirá sobre carros elétricos, segundo a nova versão do texto.

A expectativa é que a votação no plenário da Câmara ocorra na semana que vem, mas algumas decisões ainda serão tomadas pelo Colégio de Líderes, comandado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Até lá, os setores ainda podem tentar reverter mudanças feitas no relatório.

Fantasy game é um esporte eletrônico em que o competidor torna-se técnico de um time virtual. O resultado do jogo é feito com base na performance de times e atletas do mundo real. A atividade não depende de sorte, mas de conhecimento e habilidades mentais. O maior exemplo no Brasil é o Cartola FC, criado pela Rede Globo e que tem base nos resultados do Brasileirão.

No caso do futebol, por exemplo, é preciso escolher a liga em que se quer disputar, pagar uma taxa de inscrição no campeonato e montar um time virtual. A escalação gera ganhos ou perdas de pontos, conforme a performance dos atletas reais, que são medidas por dados gerados por empresas especializadas. Gols, passes, cartões ou defesas no mundo real geram pontos no jogo virtual.

Ganha o competidor que tiver mais pontos acumulados ao fim do campeonato. O prêmio estabelecido previamente fica disponível para o vencedor assim que a disputa termina.

“O setor dos Fantasy Sports recebeu com preocupação o substitutivo apresentado ao Projeto de Lei Complementar nº 68/2024, que o enquadra no Imposto Seletivo. Na realidade o setor trata de uma atividade esportiva eletrônica que estimula o desenvolvimento de habilidades mentais e raciocínio lógico em seus usuários. Logo, não apresenta malefícios à saúde pública ou ao meio ambiente – hipóteses de enquadramento para o Imposto Seletivo”, diz nota enviada pela ABFS ao Estadão/Broadcast.

O setor argumenta que a lei de tributação das bets, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, diferencia a atividade de Fantasy Sport de loterias, apostas, promoções comerciais e concursos de prognósticos e a classifica como modalidade esportiva.

 

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