‘Temos algo em torno de mil jogos por ano, o que torna o Brasil um mercado único’, diz Alexandre Fonseca, CEO da Superbet
A entrada massiva das casas de apostas no mercado brasileiro, graças ao processo de regulamentação do setor, mexe com o ecossistema do futebol nacional. Com mais de meio bilhão de reais pagos em patrocínios somente este ano a clubes da Série A, as bets injetam um dinheiro nunca visto no esporte. Caso da Superbet, que, de uma só tacada, passou a estampar sua marca na área principal das camisas de Fluminense e São Paulo. Alexandre Fonseca, CEO da empresa no Brasil, explica o movimento e o que esperar do setor em breve totalmente regulamentado.
A que se deve esse boom das Bets nos patrocínios do futebol brasileiro?
O Brasil é um dos maiores mercados mundiais em volume de apostas. O povo brasileiro é apaixonado pelo esporte, que atrai multidões dentro e fora dos estádios. Ao longo dos últimos anos, o cenário vem se transformando e as apostas trouxeram uma nova forma de torcer e mostrar a paixão pelo futebol, independente do time, sejam nacionais ou estrangeiros, o esporte está no DNA dos brasileiros. Para se ter uma ideia da grandeza do futebol no Brasil, considerando-se apenas as Séries A e B, Copa do Brasil e Libertadores temos algo em torno de mil jogos por ano, o que torna o Brasil um mercado único.
Dessa forma as empresas operadoras de apostas veem um grande potencial ao associarem suas marcas com clubes brasileiros, pois não só aumentam sua exibição durante o espetáculo, mas também buscam o engajamento da torcida e o aumento de credibilidade por meio dessa associação, que por sua vez aumenta a receita dos clubes o que contribui para melhores contratações e investimentos em estrutura, aumentando assim o nível técnico e competitivo dos mesmos, gerando um ciclo virtuoso onde o maior beneficiário é o torcedor.
A partir da regulamentação e todos os critérios bem estabelecidos, como deve ficar o mercado das bets no Brasil e nos clubes brasileiros?
A regulamentação é extremamente benéfica para o segmento, pois traz segurança jurídica para os operadores e apostadores. A tendência é que esse regramento contribua para uma higienização do mercado, mantendo apenas as empresas sérias e comprometidas com o jogo responsável entre outras boas práticas mundiais visando a integridade e a proteção dos apostadores.
Se compararmos com os valores de patrocínios de estatais de anos atrás com os atuais, houve um aumento expressivo. A valorização da camisa do futebol brasileiro segue uma tendência mundial ou está vinculado a esse novo mercado que se abriu aqui?
A valorização segue a tendência do futebol brasileiro. Vale observar que as últimas finais da Libertadores foram conquistadas por times do Brasil, com três decisões totalmente brasileiras. Os estádios estão sempre cheios. Em média, são de 35 mil a 50 mil torcedores por jogo. Os campeonatos no país estão consolidados e consistentes, os clubes cada vez mais profissionais e responsáveis no que diz respeito à gestão financeira. Diante desse cenário positivo, a valorização é natural.
Como fazer esse mercado sustentável com tantas empresas novas entrando? Como haverá retorno, e em que prazo?
A indústria de apostas e jogos online é uma das mais competitivas no mundo, e, no Brasil, não seria diferente. Essa concorrência acirrada entre operadores já consolidados e novos entrantes contribui para o rápido amadurecimento do mercado e força as empresas a oferecer o seu melhor, beneficiando assim os apostadores com melhores promoções e ativações. Como em qualquer outra indústria, os melhores operadores irão conquistar sua fatia de mercado e com isso certamente obterão retorno.
Como se precifica uma camisa de futebol?
Não é só o tamanho da torcida, como muitas pessoas pensam. A visão vai muito além disso. O time disputar os títulos, participar das principais competições, possuir ativos, como estádio próprio, a cidade onde está localizado, a história e a reputação também influenciam. São diversos fatores, que variam para cada clube, mas hoje estamos no campeão da Copa do Brasil, o São Paulo, e no campeão da Libertadores, o Fluminense. Coincidentemente, dois tricolores e pertencentes às duas maiores cidades e mercados do país. Ambas as camisas são gigantescas, e estamos muito felizes e orgulhosos de contar com a parceria nesse momento.
Poder ter o nome no primeiro Mundial de Clubes com 32 times pelo Fluminense foi um dos atrativos? E fez o valor aumentar?
Com certeza o Super Mundial da Fifa, em 2025, é um atrativo especial. O Fluminense irá competir contra outros grandes clubes do mundo, e a visibilidade será enorme. É uma vitrine que queremos estar presentes e seremos a única marca patrocinadora na camisa, pois na regra do campeonato da Fifa apenas o master estampa a camisa. Porém, além disso, vale lembrar que acreditamos muito na gestão e projetos dos clubes os quais patrocinamos. Ter uma visão de longo prazo é fundamental para se obter retorno em contratos de patrocínio e por isso os escolhemos como nossos principais ativos para o mercado brasileiro.