CPI das Bets volta a se reunir após Carnaval e deve ser prorrogada

Apostas I 03.03.25

Por: Magno José

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CPI das Bets volta a se reunir após Carnaval e deve ser prorrogada
Soraya Thornick é relatora e Dr. Hiran, presidente da CPI das Bets (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

A CPI das Bets, iniciada em novembro para investigar apostas on-line, voltará a se reunir depois do Carnaval. Segundo o presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), o trabalho da comissão não parou e a equipe tem se dedicado a analisar os documentos recebidos e as informações sobre movimentações financeiras dos investigados.

“Não paramos. Estamos analisando todos os documentos, as informações que vêm do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], as informações que vêm da Receita Federal, dos órgãos de controle e vamos dar ciência a todos os membros para podermos fazer as pautas prioritárias da comissão”, afirmou o presidente do colegiado.

Entre os requerimentos relativos a informações financeiras já aprovados pela comissão estão vários pedidos de relatórios de inteligência financeira ao Coaf, o que configura quebra de sigilo. Na lista estão influenciadores como Deolane Bezerra e empresários do setor de aposta, como Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG.

“Vamos fazer um trabalho certamente muito importante, principalmente para proteger as pessoas, para evitar a evasão de divisas, para fazer com que essas bets paguem efetivamente impostos que venham gerar aplicação desses recursos na saúde, na educação, na segurança. Elas estão ganhando muito dinheiro e ou não estão pagando nada de imposto ou estão pagando muito pouco”, disse o senador.

Comissão

A CPI das Bets foi instalada em 12 de novembro do ano passado, e com data final marcada para 30 de abril, a CPI investiga a crescente influência dos jogos de apostas on-line no orçamento das famílias, além da possível associação com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro.

No entanto, o presidente do colegiado, senador Dr. Hiran, do Progressistas de Roraima, avalia que ainda há muito trabalho a ser feito.

“A gente precisa fazer algumas diligências pra ver como é que funcionam esses países que sediam essas plataformas, ver como é que esses países controlam isso, se há algum controle disso, enfim… e fazer diligências aqui no Brasil também. Muito trabalho! Eu acho que isso vai demorar um pouco mais, mas eu espero que a gente, ao final, apresente um trabalho que seja digno”, disse Dr. Hiran.

A CPI das Bets também investiga o uso de influenciadores digitais na divulgação das apostas on-line. A relatora é a senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, que já declarou haver pressões pelo fim das investigações. Em postagem nas suas redes sociais ela também criticou a perda de arrecadação tributária relacionada às Bets.

“Deixamos de arrecadar, no mínimo, em cada ano de funcionamento dessas Bets cerca de R$ 15 bilhões que poderíamos investir no SUS pra cuidar dessas pessoas que estão viciadas. É um vício. O crime organizado se beneficia disso”, comentou Soraya Thronicke.

Para 2025, a senadora informou que um dos focos é ouvir influencers que usam seus canais em redes sociais para divulgar os jogos on-line. A data prevista para o fim dos trabalhos da comissão, caso não haja prorrogação, é 30 de abril.

Desde que foi instalada, a CPI das Bets realizou seis reuniões, sendo quatro delas para depoimentos.

 

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