Senadores da CPI das Bets pedem prorrogação das investigações

Apostas I 18.04.25

Por: Magno José

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CPI das Bets ouve executivos de bets e pode convocar Gusttavo Lima
O colegiado foi instalado no dia 12 de novembro e está com previsão de conclusão para o próximo dia 30 de abril. Até o momento foram apresentados 425 requerimentos de convites, convocações, informações e quebra de sigilo e suspeitas de pedidos de propina

Os integrantes da comissão parlamentar de inquérito que investiga as atividades da bets no Brasil defenderam a prorrogação do prazo final da CPI, previsto para o dia 30 de abril. O pedido foi feito ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em reunião de líderes. Os senadores argumentaram que habeas corpus concedidos a depoentes, como a influenciadora Deolane Bezerra, e sigilos em contratos de publicidade têm gerado atrasos nos trabalhos, além do recesso parlamentar e dos feriados prolongados.

Os integrantes da comissão, incluindo seu presidente, o senador Dr. Hiran (PP-RR), defendem a prorrogação das investigações. A relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), trabalha na busca de solução, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que os convocados possam depor. Muitos deles, como a influenciadora digital Deolane Bezerra, recorreram à Suprema Corte e obtiveram habeas corpus para não comparecerem à CPI.

A CPI das Bets foi criada para investigar, no prazo de cento e trinta dias, a crescente influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além da possível associação com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro, bem como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades.

O colegiado foi instalado no dia 12 de novembro e está com previsão de conclusão para o próximo dia 30 de abril. Até o momento foram apresentados 425 requerimentos de convites, convocações, informações e quebra de sigilo, sendo que 296 foram apreciados e 113 aguardam deliberação pelos membros da CPI das Bets.

Suspeitas de pedidos de propina na CPI das Bets no Senado

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, está envolvida em denúncias de suposto favorecimento ao lobista Silvio Assis, acusado de extorquir empresários do setor de apostas para evitar convocações à CPI, conforme revelado por reportagens da VEJA, Blog do Nélio e O Jacaré.

Conexões com Silvio Assis

A irmã (Sandra Assis) e o genro (David Oliveira) de Silvio Assis são funcionários comissionados do gabinete de Soraya, com salários de R$ 14 mil em novembro/2023, além de benefícios. Soraya passou o Natal de 2022 na casa de Assis em Brasília e o apresentou a autoridades em Mato Grosso do Sul.

Acusações de Extorsão

Silvio Assis teria cobrado R$ 40 milhões de empresários para evitar convocações à CPI.

O senador Ciro Nogueira (PP) alertou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, sobre um esquema de extorsão envolvendo o lobista e “parcerias” com membros da CPI.

Defesa de Soraya

A senadora nega qualquer envolvimento com o suposto esquema, classificando as acusações como “difamação” e “calúnia”, e afirma que está sendo alvo por ser mulher.

Disse que conhece Silvio Assis, mas não o recebeu durante a CPI e que, se necessário, o convocaria.

Sua assessoria confirmou a contratação dos familiares de Assis, mas destacou que Soraya tem sofrido “ameaças” e “intimidações” de colegas senadores.

Contradições e Contexto

Silvio Assis afirma que participa das reuniões da CPI para produzir um documentário e nega as acusações, chamando-as de “tentativa de desviar o foco”.

A relação próxima entre Soraya e o lobista, além da contratação de seus familiares, levantou suspeitas sobre possíveis conflitos de interesse.

Repercussão

O caso ampliou as críticas sobre a influência de lobistas em CPIs e a regulação do setor de apostas no Brasil. A oposição pressiona por investigações, mas, até o momento, não há decisões formais contra a senadora.

 

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